terça-feira, 4 de março de 2014

Ação policial e racismo institucional no Brasil

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Quinta-feira, 27 de fevereiro. O site do jornal Folha de S.Paulo veicula uma matéria intitulada: “Aposentada é condenada a quatro anos de prisão por racismo“. O texto traz informações sobre o desfecho do julgamento de um caso de injúria racial num shopping da Avenida Paulista, em São Paulo. A aposentada Davina Castelli, de 72 anos, foi condenada a quatro anos de prisão em regime semiaberto. O motivo: as injúrias proferidas em 2012 a três negros que estavam no centro comercial. “Macaca, eu não gosto de negro; negro é imundo; a entrada de negros no shopping deveria ser proibida; odeio negros, negros são favelados”, teria dito Castelli segundo o jornal.
Além do encarceramento, ela deverá pagar 28.960 reais a cada um dos três indivíduos a quem agrediu verbalmente: a corretora Karina Chiaretti, a vendedora Suelen Meirelles e o supervisor predial Alex Marques da Silva. A reportagem apurou que a condenada é conhecida na região da Paulista e segundo frequentadores do local são recorrentes as ofensas que dispara contra negros e nordestinos.
Mas a matéria da Folha traz outras informações. Uma das injuriadas, Karina Chiaretti, que estava com sua filha de oito anos quando foi agredida, apontou que tão grave quanto a ofensa foi a ação policial. “A polícia não está preparada para crimes raciais. A escrivã não queria registrar o caso. Ela disse: ‘Vai embora que isso não vai dar em nada. Já tem seis BOs [boletins de ocorrência] por racismo contra essa mulher’”, teria afirmado Chiaretti ao jornal. Alex Marques da Silva, um dos outros injuriados, também lamentou a postura da polícia. Ele teria informado que ouviu dos policiais a seguinte indagação: “Por que vocês não deixam isso para lá?” Como precisava voltar ao trabalho, pensou mesmo em desistir, mas ponderou e decidiu: “Não vou aceitar esse tipo de humilhação. É demais.” Chiaretti teria acrescentado ao jornal que só foi tratada de forma mais adequada na delegacia, quando voltou três dias mais tarde, após o seu tio Hélio Santos ter ligado para o governador Geraldo Alckmin. Santos, uma das mais importantes lideranças do movimento negro em São Paulo, dirigiu no governo FHC o Grupo de Trabalho Interministerial criado pelo então presidente para discutir a adoção de políticas de ação afirmativa no Brasil.
Para ler o texto completo de Pedro Jaime clique aqui

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