Nebraska, de Alexander Payne: a fantasia do milhão de dólares
Há uma ou talvez duas gerações atrás, um dos mitos da cultura americana era o do indivíduo que conseguia acumular um milhão de dólares. Esse ‘primeiro milhão’ era uma marca luminosa. Um passaporte para ingressar no feliz e restrito grupo dos bem sucedidos na profissão, respeitado nos negócios e no mundo social.
E mais: a confiança na engrenagem – então ela parecia funcionar - era tão forte que atingir a marca do primeiro milhão, dizia-se, estava ao alcance de qualquer um. Era só preciso esperteza, trabalho duro, persistência e alguma capacidade de engolir sapos.
O emprego era pleno e a inflação, baixa, em plena bolha.
O mito espalhou-se até algum tempo atrás também pelos países colonizados; com sucesso e algumas variações. Mas o objetivo era o mesmo: como na vinheta surrada do burro de carga – um Sísifo às avessas – que, para continuar caminhando, trabalhando e obedecendo ao proprietário precisava ter, à sua frente, a tal cenoura inalcançável que o deixava hipnotizado.
Chega então o diretor de cinema Alexander Payne com seu excelente pequeno grande filmeNebraska – o melhor da temporada deste verão e provavelmente um dos melhores de 2014 - e diz que não é mais bem assim. Que esse tempo acabou.
E mais: a confiança na engrenagem – então ela parecia funcionar - era tão forte que atingir a marca do primeiro milhão, dizia-se, estava ao alcance de qualquer um. Era só preciso esperteza, trabalho duro, persistência e alguma capacidade de engolir sapos.
O emprego era pleno e a inflação, baixa, em plena bolha.
O mito espalhou-se até algum tempo atrás também pelos países colonizados; com sucesso e algumas variações. Mas o objetivo era o mesmo: como na vinheta surrada do burro de carga – um Sísifo às avessas – que, para continuar caminhando, trabalhando e obedecendo ao proprietário precisava ter, à sua frente, a tal cenoura inalcançável que o deixava hipnotizado.
Chega então o diretor de cinema Alexander Payne com seu excelente pequeno grande filmeNebraska – o melhor da temporada deste verão e provavelmente um dos melhores de 2014 - e diz que não é mais bem assim. Que esse tempo acabou.
Para ler o texto completo de Léa Maria Aarão Reis clique aqui
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