sábado, 22 de março de 2014

Lançamento do livro "Terra do Mar Longe" de Maria Sá


PREFÁCIO
José de Sousa Miguel Lopes
O título já diz ao que vem. Nele está presente o mar, mas não qualquer mar, mas sim um mar longínquo, um mar ao qual a autora parece não conseguir resistir ao chamamento. Mar: esse espaço infinito, de expansão e de aventuras! Um mar que, implicitamente, remete para lugares distantes, lugares de memória, lugares de fruição de um tempo que não volta mais, lugares agora impregnados de uma dolorosa nostalgia.
Maria Sá dá continuidade ao tema do mar sempre tão presente na literatura em língua portuguesa. Recorde-se que desde o século XVI, o mar é largamente cantado por historiadores e poetas. Fernão Mendes Pinto permaneceu 21 anos no oriente e escreveu Peregrinação, onde a temática do mar é recorrente ao relatar o que se passou nesse período. Os Lusíadas de Luís de Camões, datado de 1572, considerado uma das maiores obras da literatura portuguesa, faz constantemente referências ao mar na trajetória épica do povo português a caminho da Índia. Na peça teatral “Auto da Índia” Gil Vicente critica a ambição dos navegadores e os naufrágios que aconteciam frequentemente. Já no século XX, o poeta Fernando Pessoa e os seus heterônimos, usam a temática do mar nas suas poesias.
Por se constituir na via líquida por onde singraram as caravelas chegando aos mais distantes portos, o mar se tornou símbolo do alargamento dos domínios portugueses, criando o fenômeno crucial do “ser português”: o Império. Sob essa perspectiva, pode-se mesmo dizer que as águas salgadas foram o ponto privilegiado de onde a nação mirou-se ao voltar seu olhar ao Outro, engendrando, a partir da espessa camada de representações elaboradas sobre os povos dos portos, uma imagem de si própria.
Leia o Prefácio completo (pág.13 à pág.20) de José de Sousa Miguel Lopes  clicando aqui


Leia o livro “Terra do Mar Longe” de Maria Sá clicando aqui

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