sexta-feira, 21 de março de 2014

Quando lembrar é resistir

Tenho uma filha de quase três anos, Tarsila. Ela está naquela fase em que adora ouvir a mesma história repetidas vezes. Uma das que ela mais gosta é quando eu conto onde ela morava antes de nascer, dentro da barriga da mamãe. Ela pede para eu descrever como era escuro, barulhento, apertado. De como ela decidiu nascer em pleno eclipse lunar. Tão pequena e tão sedenta de passado.
A memória, irmã da tradição, tem esse papel fundamental: manter presente no consciente coletivo o caminho que a humanidade percorreu até chegar ao agora, único tempo em que vivemos. Ao ouvir as palavras do passado, somos capazes de construir nosso presente e saber onde pisamos. E reescrever o que for preciso.
Era exatamente isso que dom Paulo Evaristo Arns, o reverendo Jaime Wright e a equipe do livro Brasil: Nunca Mais ansiavam: escrever a história do horror, para que todos soubessem e para que ela nunca mais acontecesse. Logo na apresentação eles deixam isso claro:
Que ninguém termine a leitura deste livro sem se comprometer, em juramento sagrado com a própria consciência, a engajar-se numa luta sem tréguas, num mutirão sem limites, para varrer da face da Terra a prática das torturas. Para eliminar do seio da humanidade o flagelo das torturas, de qualquer tipo, por qualquer delito, sob qualquer razão.”
Para ler o texto completo de Ana Caroline Castro clique aqui

0 comentários:

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP