terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Luiz Melodia e Seu Jorge - "Diz Que Fui Por Aí"


Para ver a interpretação de "Diz Que Fui Por Aí" nas vozes de Luiz Melodia e Seu Jorge clique aqui

MÍDIA & PRECONCEITO: O processo belicoso dos médicos brasileiros


Se fosse preciso sinalizar um momento-chave para a guinada para a direita, de modo mais explícito, de parte significativa da classe média, eu apontaria a chegada dos médicos cubanos. A percepção que tenho – posso estar enganado – foi que a atitude belicosa e militante de parte significativa dos médicos brasileiros, no episódio médicos cubanos, liberou geral o reacionarismo que estava até então dissimulado e evasivo (ver aqui entrevista com Frei Betto). Recordo que em questões polêmicas anteriores, como a das cotas raciais, fora os reacionários de carteirinha havia, pelo menos, uma tentativa de encarar a questão e questioná-la através de argumentos racionais, lógicos, assentados na meritocracia, que seria a primeira vítima deste modelo inclusivo à universidade via raça.
Por que o corporativismo médico, representado pelos militantes que xingavam os cubanos que desembarcavam nos aeroportos, significou uma maior visibilidade e explicitação de um pensamento difuso e só exercitado à boca pequena na sociedade? Penso que os médicos constituem uma elite respeitada e sua voz é, por isso, ouvida com mais atenção em uma sociedade desde sempre marcada pela separação entre a Casa Grande e a senzala. No imaginário popular, e especialmente na classe média, que compreende o quanto é difícil e tortuosa a carreira médica a começar pelo funil do vestibular, os médicos são representantes legítimos, mais do que ninguém, a pertencer por mérito à Casa Grande. Nada mais justo, em um país onde o diploma universitário é, praticamente, um título de nobreza, que a considerada mais nobre e requisitada das carreiras profissionais tenha relevância e peso.
Para ler o texto completo de Jorge Alberto Benitz clique aqui

DISCURSO & IDENTIDADE: Imperialismo, luta de classes e novas tecnologias de comunicação


1. Em Arqueologia do saber (1969), Michel Foucault inscreveu um lugar específico para a metafísica, as unidades discursivas. E o que são elas? São as crenças nossas de cada dia nas identidades dos rostos, tenham a configuração que vierem a ter. Supor que tal autor escreveu tal livro é render-se a duas unidades discursivas ao menos: a de que um autor é fulano de tal, na suposição de que tal fulano seja ele mesmo, ontem, hoje e amanhã; e a de que tal livro tenha um começo e um fim definidos pelo unidimensional autor.
2. A metafísica das unidades discursivas é uma abstração que ignora o óbvio: por mais que pretendamos cultivar nossas singularidades autorais, ninguém e nada é o que é pela evidente razão de que somos antes de tudo seres coletivos. Eis porque as unidades discursivas, ser quem nos supusemos, podem ser analisadas igualmente como uma espécie paradoxal de sequestro de coletividades.
Para ler o texto completo de Luis Eustáquio Soares clique aqui

UMBERTO ECO: De Nero (Wolfe) ao 'noir'


É difícil entender o que distingue o gênero 'noir' da ficção policial clássica --ou seja, algo além das alegações da superioridade literária do 'noir', que muitas vezes acaba por não ser superior de forma alguma. Estas alegações apenas ajudam os fãs do 'noir' a se sentirem mais refinados ao lerem no ônibus ou debaixo do guarda-sol.
Eu sempre me sinto um pouco envergonhado quando as pessoas falam comigo de um romance 'noir', especialmente porque se abusa tanto desse termo atualmente nas críticas ou na propaganda. Um 'noir' certamente não é um 'giallo', que literalmente significa amarelo [em italiano]. É assim que os italianos (e apenas os italianos) chamam, ou costumavam chamar, os romances policiais clássicos com personagens lendários como Sherlock Holmes, Hercule Poirot, Nero Wolfe e muitos outros. (O amarelo vem das capas dos livros publicados na Itália pela Mondadori.) O formato desses clássicos é familiar: um crime é cometido, quebrando a paz local; um intelecto superior assume o trabalho de interpretar várias pistas; no final, o autor do crime é desmascarado e a ordem é restaurada.
Para ler o texto completo de Umberto Eco clique aqui

'JORNAL DA MORTE': O 'datenismo' como instrumento de opressão


Roberto Silva, o Príncipe do Samba, chamou na década de 1960 a atenção dos órgãos censores do regime militar ao gravar “Jornal da Morte”. Clássica de nascença, a canção, que hoje conta com versões de Nação Zumbi e Casuarina, entoa já em seus versos iniciais: “Vejam só esse jornal, é o maior hospital, porta-voz do bangue-bangue e da polícia central...” As ironias da vida levaram seu compositor, Miguel Gustavo, a cair nas graças da ditadura, só que com outra composição: o hino “Pra frente Brasil”, símbolo da seleção tricampeã do mundo em 1970. Contou, obviamente, com a generosidade do então general presidente Emílio Garrastazu Médici, que, com o típico e ginasial ufanismo da época, o capitalizou enquanto instrumento oficial de propaganda política e ideológica do regime.
Roberto Silva morreu em 2012. Viveu, portanto, para ver o jornal da morte sair da mídia impressa e abraçar, com ardor, a mídia televisiva por meio de um fenômeno em escala nacional a que muitos chamam de “datenismo”:
“O datenismo – em nítida referência a José Luiz Datena, representante-maior do gênero na atualidade – se tornou um estilo onipresente na TV aberta brasileira: linguagem coloquial, transmissão ao vivo, plano sequência, músicas tensas, cenários simples, apresentadores populares e o uso desmesurado da imagem são alguns dos elementos que caracterizam este gênero de programa jornalístico” (SARKIS; VIANNA, 2014, p. 04).
Calcado no sensacionalismo, o datenismo se propõe a transmitir, lançando mão de recursos dramáticos, crimes cometidos local, regional e/ou nacionalmente, a depender da abrangência do sinal eletromagnético de que se vale a concessionária que emprega seu respectivo porta-voz.
Para ler o texto completo de Gustavo Henrique Freire Barbos clique aqui

SAÚDE PÚBLICA: Meu médico não é assim


É fácil reconhecer a corrupção na cara suja de um político, no sorriso oblíquo de um cartola, no olhar distraído de um empresário rico. Décadas de jornalismo investigativo prepararam nossa percepção para saber que com frequência os ideais não são eternos e os sistemas de controle são insuficientes. Servidor público corrupto não surpreende – azar dos honestos que são muitos mais. Nenhuma área está livre de que seus representantes cometam abusos, mas a julgar pelo que divulga a mídia, a transgressão moral na área de saúde parece ser “apenas” um assunto de superfaturamento ou desvio de dinheiro nos hospitais públicos, fatos que aparecem dia sim dia não nas manchetes brasileiras. Um crime organizado que envolve a poucos, pessoas que a gente nunca viu nem verá de perto.
Para ler o texto completo de Roxana Tabakman clique aqui

O indígena pós-imperial

Portrait of a man (1954), de Aina Onabolu

No discurso social e político ocidental, há muito que o termo indígena perdeu o seu sentido etimológico. Na origem da palavra, encontram-se dois vocábulos do latim, indu e gene, cujo significado remete para alguém (ou algo) que tenha nascido no interior de um dado território.
Assim, no que diz respeito ao sentido original, o termo é sinónimo de nativo. No entanto, tal como aconteceu com um conjunto de conceitos, frases e expressões idiomáticas, a modernidade ocidental, fruto da revolução científica e tecnológica, em parte produzida pelo movimento iluminista do século XVIII, provocou naturalmente uma reformulação e redefinição de conceitos.
A subjugação dos povos não-europeus, cujo apogeu foi o último quartel do século XIX, com o chamado colonialismo moderno, implicou uma combinação íntima entre a prática e o discurso da dominação. Nesta empresa de dominação, o saber colonial foi também chamado e contribuiu tanto quanto a força gerada manu militari.
Para ler o texto completo de Abel Djassi Amado clique aqui

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

As fantásticas fotografias de Vincent Brady

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Para ver as fantásticas fotografias de Vincent Brady clique aqui

"A PALAVRA " - Carlos Drummond de Andrade


A PALAVRA 

 Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
Que resumiria o mundo
e o substituiria.
Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.
Carlos Drummond de Andrade

Desafios da Docência em Educação a Distância: o que dizem os Professores


Este artigo apresenta os resultados de pesquisa finalizada em 2012 cujo propósito foi identificar os desafios apontados por professores na mudança da atuação docente do Ensino Presencial de Educação a Distância, bem como identificar as dificuldades reconhecidas pelos professores e como eles se adequaram a esse processo. A pesquisa qualitativa, de caráter descritivo-exploratório, apoiou-se num questionário respondido pelos professores de uma Instituição Privada de Educação Superior da Zona Leste da cidade de São Paulo. Para a compreensão dos dados, contou-se com as reflexões de autores que tratam do tema em estudo. Os resultados demonstraram que os professores reconhecem a necessidade do conhecimento e domínio da tecnologia da informação, fator fundamental para a atuação docente no Ensino a Distância. Apontaram também que, a plataforma pouco amigável e a quantidade excessiva de alunos nas salas virtuais são as principais dificuldades para a docência bem-sucedida no EAD.
Para ler o texto completo de Celia Maria Haas, José Norberto Souza Lopes clique aqui

John Mayer: 5 canções


Veja a interpretação de "Heartbreak Warfare" clicando aqui
A interpretação de John Mayer e Keith Urban  de "Don't let me down"  clicando aqui
A interpretação de "Waiting on the World to Change" clicando aqui
A interpretação de "Your Body Is A Wonderland" clicando aqui
A interpretação de "Free Fallin"  clicando aqui

Currículo e Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação


Este artigo levanta o uso e o impacto das TIC no cenário educativo, especificamente diante das necessidades de mudanças curriculares, bem como busca levantar o potencial transformador desenvolvido nesse cenário. Para tanto, ressalta-se o papel das TIC na adequação da educação ao contexto de transformações sociais ocasionadas pelo uso de comunicação mediada por interfaces de hipermídia.
Para ler o texto completo de Nasson Paulo Sales Neves clique aqui

domingo, 28 de dezembro de 2014

2015, o ano que pode surpreender

Arquivo

A palavra   incerteza  comanda a passagem de 2014 para o Brasil de 2015, mas o chão mole do calendário político registra agora uma auspiciosa pavimentação de terra firme que pode surpreender.
Uma frente de esquerda formada pelos principais movimentos sociais  brasileiros,  tendo à frente, entre outros, o dirigente do MTST, Guilherme Boulos, está em formação no país.
Não é ainda a alavanca capaz de reverter a ofensiva conservadora em marcha batida na sociedade. Mas tem potência para isso.
Tem, sobretudo, capacidade para sacudir uma correlação de forças na qual as elites mastigam a margem de manobra do  segundo governo Dilma entre os dentes da fatalidade econômica e do engessamento político.
A iniciativa dos movimento sociais, apoiada por partidos de esquerda, conta com um incentivo sintomático  da gravidade dos dias que correm: o do ex-presidente Lula e, portanto, de uma parte significativa do PT.
Para ler o texto completo de Saul Leblon clique aqui

Excesso de tecnologia na medicina prolonga sofrimento e desumaniza morte, diz escritora


Em 2001, o pai da jornalista Katy Butler sofreu um derrame, aos 79 anos. Um ano mais tarde, médicos e a família decidiram lhe implantar um marca-passo para manter seu coração funcionando, embora o aparelho não contribuísse com o tratamento de sua crescente demência. Em 2007, a mãe de Butler, exausta pelos cuidados com o marido e angustiada com seu sofrimento, pediu à filha que a ajudasse a desligar o marca-passo. Butler concordou e começou uma pesquisa sobre como a medicina moderna mudou a forma como lidamos com o fim da vida.
Em 2010, ela escreveu sobre a morte de seu pai para a The New York Times Magazine. O artigo acabou se tornando o ponto de partida para seu primeiro livro, "Knocking on Heaven's Door: The Path to a Better Way of Death" ["Batendo na Porta do Céu: o Caminho para uma Forma Melhor de Morrer", em tradução livre]. Além de narrar as experiências de sua família com o lento declínio de seu pai, o livro fala sobre a mãe de Butler, que morreu um ano e meio mais tarde, após se recusar a fazer uma cirurgia cardíaca. "Sua morte foi completamente diferente", diz Butler. "Ela permaneceu lúcida até o fim da vida, e morreu da maneira como escolheu, não uma morte planejada por terceiros".
Butler se tornou defensora do movimento “Slow Medicine” [“Medicina Lenta”, em tradução livre], focado na "tomada de decisões sem pressa, em cuidados paliativos e tratamento em prol do conforto, especialmente no que diz respeito ao fim da vida", de acordo com o grupo no Facebook.
Leia a seguir trechos da entrevista em que Butler comenta questões econômicas, políticas e médicas e as difíceis tarefas emocionais envolvidas na morte de uma pessoa querida. Clique aqui

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"Here It Is" ~ Leonard Cohen & Sharon Robinson


Para escutar "Here It Is" nas vozes de Leonard Cohen & Sharon Robinson clique no vídeo aqui

A estratégia dos EUA para a guerra contra a Rússia na Ucrânia

Mikytex / Flickr

Os Estados Unidos do Prêmio Nobel da Paz Barack Obama empreendem uma guerra virtual contra a Rússia e preparam obstinadamente uma guerra real para ser travada em território ucraniano. Não importa a inviabilidade dessa aventura militar, do ponto de vista estratégico. O objetivo não é controlar o território ucraniano e “salvá-lo para a democracia”, mas esgotar em combate o poderio russo mediante seu estrangulamento econômico e militar numa guerra convencional em terceiro país. É que nem os lunáticos neoconservadores instalados no Pentágono, no Departamento de Estado e no Conselho de Segurança Nacional proporiam um ataque direto à nação russa, dada sua condição de potência nuclear de primeira linha.
 
A estratégia central norte-americana é afirmar sua hegemonia mundial a partir da força. É-lhe intolerável a realidade de um mundo apolar ou multipolar em face da presença de um competidor nuclear como a Rússia e de uma potência econômica ascendente como a China, também ameaçadora, a médio prazo,  no campo militar. Para os neoconservadores, a hora de agir é agora, antes que essas forças rivais criem raízes mais profundas. O pretexto ucraniano vem a calhar. Depois de derrubar um governo legítimo e colocar em seu lugar um bando de facínoras, o próximo passo é a incorporação da Ucrânia à OTAN, em aberto desafio à Rússia. Só com muito sangue frio Putin poderá contornar mais essa provocação no quintal da Rússia.
Para ler o texto completo de J. Carlos de Assis clique aqui

A tortura também é terrorismo

Chad J. McNeeley / The US army - Flickr

O dicionário da Real Academia Espanhola define terrorismo como “sucessão de atos de violência executados para infundir terror”, e tortura como “grave dor física ou psicológica infligida a alguém, com métodos e utensílios diversos, com o fim de obter dele uma confissão, ou como meio de castigo”.
Não são termos sinônimos, mas são quase, se deduzirmos que utilizar a tortura para conseguir informações que contribuam para evitar atos de terrorismo é um disparate. Porque é tão terrorista quanto o que aplica choques nas genitálias de um preso ou afunda sua cabeça na água até o limite do afogamento, tão terrorista como aquele que veste um cinto explosivo ou o explode para causar a maior dor possível no inimigo, ainda que leve junto um punhado de inocentes.
Para ler o texto completo de Luis Matías López clique aqui

Mãos ao alto (e oxalá não te asfixiem)

Light Brigading / Flickr

Outro negro americano morto às mãos da polícia. Outro grande júri que decide não apresentar queixa contra o polícia responsável: nem por assassinato, nem por homicídio, nem por agressão. Nem sequer por conduta imprudente e temerária. Vivemos num país onde reina a impunidade; pelo menos para quem está do lado do poder.
No verão passado, após cobrir os protestos em Ferguson, Missouri, voltei à cidade de Nova York e fui diretamente a Staten Island cobrir a marcha de protesto do assassinato, às mãos de um polícia, de Eric Garner, um negro de 43 anos de idade, pai de seis filhos. O caso foi notavelmente semelhante ao do assassinato de Ferguson, onde o polícia Darren Wilson disparou e matou o adolescente negro desarmado Michael Brown. Ambos os casos envolveram agentes da polícia brancos que aplicaram força letal. Ambas as vítimas eram negros desarmados. Em ambos os casos os promotores locais, com estreitos vínculos aos departamentos de polícia locais, puderam controlar o grande júri. Mas houve algumas diferenças entre os casos. A principal é que o assassinato de Eric Garner foi registado em vídeo.
Para ler o texto completo de Amy Goodman clique aqui

Soberania alimentar: 5 passos para esfriar o planeta e alimentar sua população

CCAFS/2014/Prashanth Vishwanathan

Desflorestamento: 15-18%

Antes que as plantações comecem, os tratores fazem seu trabalho. Pelo mundo todo, a agricultura industrial está se lançando sobre as savanas, as áreas úmidas e as florestas, lavrando uma enorme quantidade de terrenos. A FAO diz que a expansão da fronteira agrícola é responsável por volta de 70-90% do desflorestamento global, e a metade disto para a produção de alguns poucos commodities voltados à exportação. A parte agrícola do desflorestamento contribui com 15-18% das emissões globais de Gases do Efeito Estufa  

Agricultura: 11-15%

Se reconhece que a agricultura contribui com 11-15% de todos os gases estufa produzidos no mundo. A maior parte destas emissões resultam do uso de insumos industriais, como fertilizantes químicos e combustível para os tratores e maquinário agrícola, assim como o excesso de estrume gerado pela criação de gado.
Para ler o texto completo clique aqui

"Escolarizando o Mundo", o filme-documentário


O documentário de 64 minutos examina o pressuposto escondido da superioridade cultural por trás dos projetos de ajuda educacionais, que, no discurso, procuram auxiliar crianças a "escapar" para uma vida "melhor".
Aponta a falha da educação institucional em cumprir a promessa de retirar as pessoas da pobreza - tanto nos Estados Unidos, quanto no chamado mundo "em desenvolvimento".
E questiona nossas definições de riqueza e pobreza - e de conhecimento e ignorância -enquanto ajuda a desmascarar o papel das escolas na destruição do conhecimento tradicional, sustentável, agroecológico, no rompimento das famílias e comunidades, e na desvalorização das tradições espirituais ancestrais.
Finalmente, o filme "Escolarizando o Mundo" faz um chamado por um "diálogo profundo" entre as culturas, sugerindo que nós temos, ao menos, tanto a aprender quanto a ensinar, e que essas sociedades sustentáveis ancestrais podem ser portadoras do conhecimento que é vital para nossa própria sobrevivência neste presente crítico. 
Para ver o documentário "Escolarizando o Mundo" clique no vídeo aqui

Os policiais e juízes que rejeitam "Guerra às Drogas"

Maria Lúcia Karam, juíza aposentada e presidente da LEAP Brasil
Maria Lúcia Karam, juíza aposentada e presidente da LEAP Brasil

“Sou coronel inativo na Polícia Militar, onde trabalhei por 33 anos, fui chefe do Estado-Maior Geral da PM e comandei batalhão, sempre com aquela ideia de que nós precisávamos combater os traficantes e, principalmente, os usuários. Percebi que o trabalho que nós fazíamos era como enxugar gelo. E eu pergunto: para quê? Por que tanta gente morta? Qual é a finalidade disso?”, conta o coronel reformado da PM Jorge da Silva.
Em busca de respostas, o coronel resolveu cursar Ciências Sociais “para refletir”. Hoje professor aposentado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Silva tornou-se um dos porta-vozes do ramo brasileiro da Law Enforcement Against Prohibition, associação de agentes da lei contra a proibição das drogas.
Para ler o texto completo de Luiza Sansão clique aqui

Os barões da mídia e as saudades da ditadura

Castello Branco, primeiro ditador do período pós-64, é cumprimentado por Octávio Frias de Oliveira, proprietário da Folha da Manhã

É muito triste que, hoje, no Brasil, não se faça mais um jornalismo político comprometido, senão com a profundidade, ao menos com a investigação dos múltiplos aspectos do mesmo fato. Tenho certeza que há vários jornalistas, inclusive nos grandes veículos de comunicação, comendo pelas beiras para que isso aconteça. Mas a realidade é que não dá mais (nunca deu, aliás) para termos três ou quatro empresas ditando quais deveriam ser os rumos do imaginário político nesse país.
Particularmente, sou totalmente favorável à exposição, apuração com rigor e, consequente, penalização dos sujeitos envolvidos com a corrupção da Petrobrás. Mas é preciso sempre voltar ao óbvio. Nós estamos discutindo esse caso livremente porque vivemos numa democracia. E quem tornou esse país uma democracia não foram os donos das grandes corporações midiáticas, como sabemos.
Para ler o texto completo de Giovanna Dealtry clique aqui

Boaventura de Sousa Santos: "A democracia à beira do caos"

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Há alguns dias, Boaventura de Sousa Santos, pesquisador e diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) visitou a Espanha para o lançamento de dois livros chaves para entender a complexidade da realidade social contemporânea no mundo e no continente europeu: “A democracia à beira do caos” (Siglo del Hombre) e “Democracia, direitos humanos e desenvolvimento” (Dejusticia). Nenhum dos dois está em português. El Espectador falou com ele sobre seus trabalhos, a crise europeia e os problemas enfrentados pela América Latina. 
Para ler a entrevista de Boaventura de Sousa Santos clique aqui

A fantástica fábrica de Papai Noel

Wei, aos 19, trabalha numa fábrica em Yiwu, China, revestindo flocos de neve de polistireno com pó vermelho. Foto: Imaginechina/Rex

Há vermelho no teto e vermelho no piso, vermelho pingando dos parapeitos das janelas e dos glóbulos salpicados nas paredes. É como se tivessem deixado o artista Anish Kapoor solta, com seu canhão de cera, outra vez. Mas é esta, na verdade, a aparência de uma fábrica do Natal. Este é o coração da oficina de Papai Noel – milhares de quilômetros distante do Polo Norte, na cidade chinesa de Yiwu.
Nossos mitos natalinos parecem sugerir que o Natal é feito por elfos de face rosada, martelando numa cabana de madeira rodeada de neve, em algum lugar do Círculo Polar Ártico. Mas não. É provável que a maior parte dos balagandãs, pingentes, lantejoulas e luzes cintilantes de LED que você espalha generosamente, em torno de sua casa, venham de Yiwu, uma cidade 300 quilômetros ao sul de Shangai – onde não há um único pinheiro de verdade ou floco de neve natural.
Batizada de “cidade chinesa do Natal”, Yiwu abriga 600 fábricas que, em conjunto, produzem mais de 60% de toda a decoração e acessórios de Natal – das árvores incandescente de fibra ótica aos chapéus de feltro do Papai Noel. Os “elfos” que trabalham nestas fábricas são, quase sempre, operários migrantes, que trabalham 12 horas por dia, por um salário que equivale a algo ente 900 e 1300 reais por mês. E eles talvez não saibam muito bem o que é o Natal.
Para ler o texto completo de Oliver Wainwright clique aqui

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

FOTOGRAFIA: O bebé de 10 meses e seu cão de estimação

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Para ver fotos de um bebé de 10 meses e seu cão de estimação clique aqui

Maconha medicinal: entenda o debate sobre a regulamentação do uso terapêutico da droga no Brasil

Mídia Ninja

Uma discussão inflamada vem rolando no Brasil nos últimos meses – a discussão sobre a regulamentação do uso medicinal de maconha.
Alimentados pelo lançamento do documentário "Ilegal" nos cinemas no início de outubro, longos debates têm sido travados entre aqueles que defendem o uso unicamente medicinal da maconha e os que são a favor da legalização total da erva. Uma discussão temperada por representantes de laboratórios gringos, cultivadores de maconha que defendem a produção do medicamento no país, ativistas e pacientes desesperados. No início de outubro o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) publicou uma resolução regulamentando a prescrição do canabidiol (CBD) para o tratamento de alguns tipos de epilepsia, mais comuns em crianças. A reação contrária veio por parte dos senadores Luíz Antônio Fleury Filho e Magno Malta que anunciaram na Comissão de Direitos Humanos do Senado o lançamento da "Frente Parlamentar Mista Contra a Legalização das Drogas", um grupo de 75 senadores e 400 deputados federais que defendem o endurecimento da lei de drogas. Em depoimento na CDH, o senador Fleury foi categórico em reconhecer as propriedades terapêuticas do canabidiol, desde que importado e fornecido pelo SUS.
Para ler o texto completo clique aqui

Sociedade civil se organiza para combater máfia e corrupção na Itália


A máfia é, sem dúvida, a empresa italiana mais rentável do país, com um volume de faturamento anual de mais de € 138 bilhões e um lucro de € 105 bilhões (XIII relatório da organização SOS Impresa, 2012). O Estado, por sua vez, consegue confiscar da criminalidade organizada somente uma média de € 20 bilhões por ano, incluindo bens imóveis e empresas.
Na Itália, estima-se que existam cerca de 12 mil propriedades — entre apartamentos, vilas e terrenos — confiscadas de diferentes formas da máfia, mas a organização Libera, criada em 1995 com o objetivo de estimular a sociedade italiana na luta contra as organizações mafiosas, promovendo legalidade e justiça, assegura que tais bens não seriam menos de 50 mil e que, em sua maioria, se encontram em estado de abandono ou subutilizados.
Para ler o texto completo de Giorgio Trucchi clique aqui

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Black - "Wonderful Life" (Original Audio 1987)


Para ver a interpretação de "Wonderful Life" na voz de Black clique no vídeo aqui

"Os silêncios da fala" - Maria Teresa Horta


Os silêncios da fala

São tantos
os silêncios da fala
De sede
De saliva
De suor
Silêncios de silex
no corpo do silêncio
Silêncios de vento
de mar
e de torpor
De amor
Depois, há as jarras
com rosas de silêncio
Os gemidos
nas camas
As ancas
O sabor
O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor.

Maria Teresa Horta

O arquivo e a sobrevivência do discurso: notas sobre o conceito de "museologia"


Procuramos tematizar o problema do arquivo como conceito constitutivo da possibilidade de se determinar o que é de valor patrimonial, museístico. Este conceito surge lançado sempre entre a disputa entre o sagrado e o profano, entre o novo e o velho, entre o que tem valor e dele é destituído. A partir destas aporias procuramos estabelecer as consequências que sobrevêm de se fazer esta curva reflexiva sobre determinados objetos patrimoniais. Esta tensa dialéctica é o que permite que certas obras culturais, quando aparecem como novas e profanas, que certas peças artísticas, por exemplo, entrem dentro das instituições museistícas, que certas peças literárias, entrem dentro da literatura, certas composições musicais, dentro da história da música, etc. Porque são enunciados que produzem sentido, que expressam a subjetividade e o mundo, o real.
Para ler o texto completo de Carlos Pimenta clique aqui

O futuro do acesso à internet está nos céus


Atualmente, cerca de três bilhões de pessoas se conectam à internet, a maioria delas através de dispositivos móveis e redes de telefonia celular, de acordo com a União Internacional de Telecomunicações. Ainda assim, a atividade de levar bits às pessoas e seus aparelhos mal começou. A maioria delas não possui acesso à internet e a maior parte das que se conectam à web o fazem por meio de conexões que você, leitor, consideraria inaceitavelmente lentas.
A solução para os desafios relacionados a levar a internet para os outros quatro bilhões de pessoas, e rapidamente, muito provavelmente virá do céu. Isso já foi tentado antes, claro. No passado recente, a conexão de internet através do espaço se mostrou um negócio difícil. Tanto a Iridium como a Globalstar, pioneiras das redes de satélites em órbita terrestre baixa, passaram por processos de recuperação judicial.
Para ler o texto completo de Christopher Mims clique aqui

Que opções para uma política cultural transformadora?


A questão fundamental é entender que cultura e cidade são interdependentes e constituintes do ecossistema urbano-simbólico, que poder e cultura são duas dimensões axiais da interação social e da resiliência cultural, e que neste contexto emerge a necessidade de abrir as diversas esferas públicas das cidades à democracia radical e ao questionamento dos problemas concretos e das potenciais soluções alternativas. Tal necessidade advém do simples reconhecimento que sem uma transformação do poder local, sem uma redefinição das estruturas de relação de poder existentes, e do seu corolário como efetiva distribuição relacional do poder pelos cidadãos, o espaço público continuará refém da inércia reprodutora dos mesmos vícios e negligências. Em suma, qualquer política cultural que se pretenda assumir como transformadora, terá de permitir no seu interior cristalizado a existência de "práticas instituintes", práticas que possibilitem a re-instituição das instituições socioculturais, que coloquem em causa a construção social do consenso operacional e favoreçam o reconhecimento das diferentes necessidades culturais e das exigências feitas por pessoas e organizações de um dado território.
Para ler o texto completo de Rui Matoso clique aqui

O futuro da arte fotográfica


Nos últimos anos falou-se muito na influência que os avanços nas tecnologias de digitalização, captação, manipulação e compartilhamento de imagens tiveram na democratização da expressão visual.
Mas nem tudo é boa notícia. Apesar da enorme conveniência e na popularização de uma técnica que até há pouquíssimo tempo era de domínio exclusivo de profissionais especializados, a banalização da fotografia tem seu lado negativo.
Não me refiro ao culto à imagem na autoestima de uma geração crescida sob as ditaduras do bizarro, do perfeito, do formidável ou do retocado, porque isso está além da minha área de especialidade. Minha preocupação é outra. Ela se refere aos golpes profundos e silenciosos que as novas tecnologias tem realizado na arte fotográfica.
Para ler o texto completo de Luli Radfahrer clique aqui

O que o Facebook sabe sobre você


Termos de uso são chatíssimos, mas por algum motivo estranho eu gosto deles. É preciso reconhecer que as empresas têm feito um esforço em aumentar as letras pequenas e tornar as regras mais claras para os usuários, mas sejamos francos, quase ninguém os lê. E, mesmo se você souber eles de cor, pode ser surpreendido por coisas que estão nas entrelinhas – e que podem acontecer sem estarem exatamente descritas.
Você sabe que o Facebook sabe onde estudamos na infância, onde conhecemos nossos namorados, que filmes gostamos de ver e as coisas que costumamos comprar. Mas você já se deu conta que a rede social pode saber os posts que nós apagamos antes de postar e as ligações que fazemos do nosso celular? Pois é.
No último ano, várias notícias colocaram em xeque as políticas de privacidade do Facebook. A rede social nega a maior parte das acusações – mas revisar a sua privacidade nunca é demais. Afinal, nós nem sempre sabemos que tipo de informações entregamos. E nem para que elas serão utilizadas.
Para ler o texto completo de Tatiana de Mello Dias clique aqui

'ESTADO DE MINAS': Campo minado para pensar


Cena 1: terça-feira, 16 de dezembro de 2014, o jornalista mineiro João Paulo Cunha despede-se de seus colegas na redação do jornal Estado de Minas, ao qual dedicou 18 de seus 25 anos de profissão. Todos querem saber o que houve. A história, contada no meio da redação, é curta: a direção do veículo havia proibido João Paulo, editor de Cultura, de falar de política em sua coluna e ele pediu demissão, por entender que não havia outra coisa a fazer diante da censura. Todos se levantam e ele é aplaudido por cinco minutos.
Cena 2: quarta-feira, 17 de dezembro de 2014, muitos jornalistas do Estado de Minaschegam à redação com a mesma roupa: calça jeans e camiseta branca, o “uniforme” de João Paulo, sua marca registrada. No meio da redação, pose para foto – “Somos todos (e todas) João Paulo” – que é publicada no Facebook com imediata repercussão e reação ainda mais rápida: a direção do jornal (ainda se pode chamá-lo assim?) proíbe a publicação de fotos internas da redação.
A proibição é inócua. A foto já havia ganhado mundo, percorreu trecho, reproduzida em outros sites, como o da CartaCapital – “Você me prende vivo, eu escapo morto”. A demissão de João Paulo ganhou repercussão nacional – a nota redigida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e publicada às 19 horas do dia da demissão registrou mais de 24 mil visualizações nas primeiras 24 horas. A página do Sindicato no Facebook alcançou mais de 40 mil pessoas nos dias 16 e 17 de dezembro, depois que a nota foi publicada. No dia 15, antes da publicação da nota, a página, que registrava uma média de 500 curtidas, passou para mais de três mil.
Para ler o texto completo de Ana Paola Amorim clique aqui

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Teles e bancos superexploram operadores de telemarketing, aponta fiscalização

reprodução

Não grite com o operador de telemarketing de seu banco ou operadora de celular. Por mais que você tenha razão, muito provavelmente ele esteja sofrendo uma pressão monumental no trabalho. Muito provavelmente ele esteja ficando doente por isso. Física e psicologicamente.
Oi, Vivo, Santander, Itaú, NET, Citibank e Bradesco. Essas sete gigantes das telecomunicações e do setor financeiro superexploram os trabalhadores que prestam serviços por teleatendimento, diz o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Uma megaoperação de quase dois anos de duração e que abrangeu sete estados brasileiros constatou inúmeros exemplos de abusos trabalhistas contra nada menos que 185 mil pessoas. Destes, 104 mil trabalhavam para a Oi.
Para ler o texto completo de Igor Ojeda clique aqui

"Déficit de Atenção": por que deixei a Ritalina

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Alguns dados apontam que nos últimos anos os casos de Déficit de Atenção triplicaram entre nossas crianças. Eu estou entre essas crianças. Com uns treze anos comecei a tomar um remédio com tarja preta chamado Ritalina, que pra mim, de fato fazia uma diferença enorme. Quando eu era criança fui chamada várias vezes de hiperativa, desconcentrada. Meus professores adoravam falar como eu me dispersava rápido. Engraçado, continuo assim, mas hoje tento usar isso ao meu favor. O remédio vai soltando doses ao longo do dia e pode durar até 8 horas. Tomava antes de ir para escola e ficar ligada na aula. Nunca fui boa em matemática, física, química, mas me esforçava o bastante pra não ficar de recuperação. Lembro que eu achava que o remédio fazia uma diferença significativa na hora de fazer uma prova. Eu realmente me transformava, durante 8 horas, em uma pessoa mais focada. O déficit de atenção é mais comum do que se imagina.
Para ler o texto completo de Marcela Picanço clique aqui

Como se evitam os abusos da mídia

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Tema polêmico no Brasil, a regulação da mídia ocorre de formas distintas pelo mundo.
Nos Estados Unidos e na Argentina, as normas regulam principalmente temas econômicos – é este tipo de regulação que a presidente Dilma diz querer discutir no próximo mandato.
No Reino Unido, um escândalo de escutas ilegais realizadas por tabloides levou ao estabelecimento de regras polêmicas para jornais, revistas e sites.
Na Venezuela, opositores apontam para restrições à liberdade de expressão, mas movimentos sociais dizem que a lei aumentou o número de meios de comunicação comunitários.
A BBC Brasil mostra como funcionam as regras nestes quatro países.
Para ler o texto completo de Luiza Bandeira, Alessandra Corrêa, Marcia Carmo e Claudia Jardim clique aqui

Tortura: Obama prende quem denunciou

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O reatamento de relações diplomáticas com Cuba, anunciado pelo presidente norte-americano, Barack Obama, na quarta-feira (17), varre para as sombras do noticiário uma injustiça em curso. Ninguém será responsabilizado pelas torturas praticadas pela CIA durante o governo Bush, relatadas num relatório de 6.700 páginas, divulgado semana passada pelo Comitê de Inteligência do Senado dos EUA. A única pessoa presa que responde a um processo relacionado ao programa de tortura é John Kiriakou, ex-funcionário da agência que revelou a existência de métodos medievais utilizados pela CIA para obter informação. Barack Obama, sucessor de Bush, é responsável pela impunidade — um sinal de que o chamado “complexo industrial-militar” tem poder cada vez maior nos Estados Unidos, seja qual for o ocupante da Casa Branca. 
Para ler o texto completo de Cauê Seignemartin Ameni clique aqui

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