VIGIAR & PUNIR: A relativização da barbárie
Circula na imprensa, já há alguns dias, a história de um homem de 37 anos que foi enforcado no Irã, no início deste mês, e sobreviveu após doze horas pendurado pelo pescoço. Na quinta-feira (24/10), a mídia reproduz declaração de um representante do governo iraniano afirmando que o sobrevivente, que ainda está hospitalizado, em estado grave, não voltará a ser enforcado.
Como as notícias dependem de fontes irregulares e controladas, o leitor curioso pode apenas imaginar o que irá ocorrer em seguida, mas deve descartar de antemão que o condenado venha simplesmente a ser perdoado.
O evento, curioso para quem nunca teve uma corda enrolada ao pescoço, suscita reflexões sobre as diferenças entre as culturas dos países que formam o complexo mosaico das relações globais.
Numa sociedade majoritariamente conservadora e dominada pelo poder religioso, como é a iraniana, a história percorre os intricados caminhos do rumor, que, sem a liberdade de ação, circula e se esgota no próprio sistema de comunicações de primeiro grau, o diz-que-diz. Se, hipoteticamente, um fato semelhante ocorresse numa sociedade onde as comunicações são escancaradamente abertas pelas mídias digitais e com imprensa livre, já teríamos uma onda de manifestações de rua em favor desta ou daquela solução para o dilema do morto-vivo.
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