Religião não se discute? O “respeito” à fé
Com Deus não se brinca. Deve-se respeitar as
crenças dos outros. Religião não se discute.
Com certeza você já ouviu alguma das frases acima
pelo menos uma vez na vida.
É comum nossa sociedade atribuir à religião um
status de indiscutibilidade. Se alguém afirma ser seguidor de alguma crença, ou
que age de determinada maneira por motivo de fé, não se pode ousar emitir um
questionamento a respeito daquilo.
Acha exagero de minha parte? Permita-me então dar
um exemplo recente dessa proteção intransponível à fé. O Porta dos Fundos,
famoso canal de comédia do Youtube, postou há cerca de um mês um vídeo no qual
o grupo de humoristas demonstra o que aconteceria se a imagem de Jesus Cristo
aparecesse em um lugar inusitado da anatomia feminina:
Reparem que o vídeo não ridiculariza diretamente
nenhuma pessoa ou religião. Apenas zomba dos recorrentes casos de pareidolia, nos quais algumas pessoas insistem em afirmar
que veem imagens sagradas nos mais recônditos lugares. Na vida real já chegaram
inclusive a dizer que viram Jesus nos fundilhos de um cachorro. Então,
esse me parecia apenas mais um mero exemplo da arte imitando a vida para fazer
uma crítica a determinado comportamento social.
Mas não importa. Bastou o vídeo ter tocado
levemente no tema religião para que muitos religiosos se mostrassem indignados
com seu conteúdo, acusando o grupo de desrespeitar as crenças alheias. E,
obviamente, o paladino da justiça divina, Pastor Marco Feliciano aproveitou
mais essa chance de aparecer na mídia e prontamente iniciou uma campanha através de seu
twitter visando retirar o vídeo do ar.
Para ler o texto completo de Pedro Lemos clique aqui
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