"Rosita" e o império como objecto de desejo
Entre esta multiplicidade de exibições - em
que ainda acrescia o divertimento de uma feira popular e um comboio para que o
público não se cansasse da viagem entre Angola e Moçambique -, as
“representações etnográficas” acabaram por ser as mais populares. Em 1933, o
ministro das colónias, Armindo Monteiro, escrevera uma carta a todos os
governadores das colónias portuguesas a pedir-lhes que enviassem para o Porto
os “seus nativos” para serem alojados “em aldeia ou habitações típicas”.
Trezentos e vinte e quatro mulheres, homens e também crianças, provenientes de
Cabo Verde, Guiné, Angola, Moçambique, Índia, Macau e Timor, estiveram expostos
no Porto. Entre eles, o grupo de balantas da Guiné-Bissau foi o mais
fotografado pela câmara oficial de Domingos Alvão. Os seus retratos foram dos
mais reproduzidos nos populares postais fotográficos que se compravam comosouvenirs, bem como os que mais atenção mereceram da parte da imprensa, que
multiplicou os públicos da exposição com a sua cobertura exaustiva do evento. 'Beleza Bijagoz, Guiné', fotografia
de Domingos Alvão, postal fotográfico da 1ª Exposição Colonial Portuguesa A Exposição Colonial Portuguesa de 1934 foi
emblemática de uma nova fase do colonialismo português - mais centrado em
África, interessado na emigração de portugueses para territórios africanos, e
empenhado em afirma-se numa Europa também ela colonizadora. O modelo adoptado
pela iniciativa portuense, tanto pela inspiração estética como ideológica, fora
em parte o da Exposition Coloniale de Paris em 1931.
Para ler o texto completo de Filipa Lowndes Vicente clique aqui
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