JENNIFER SOUZA: Lançamento do CD "Impossível Breve"
Após doze anos de estrada e
cinco de criação de um primeiro trabalho individual, a cantora, compositora e
guitarrista mineira Jennifer Souza lança seu álbum de estreia “Impossível
Breve”. Plasmado sob a atmosfera bucólica do bairro de Santa Tereza, produzido
de forma totalmente independente e colaborativa, o disco traz nove canções de
um folk jazz indie maduro e confessional.
Leia
abaixo a crítica de Lud Fonseca sobre este trabalho.
Impossível Breve
Dia 08 de novembro, acontece
em BH o show de lançamento do Impossível Breve. Aí vocês me perguntam:
“Mas, Lud, o que é o Impossível Breve?”. Bom, o Impossível Breve é
aquele breve momento, aquele brevíssimo momento, em que o impossível acontece.
São aqueles minutos que preenchem bons anos das nossas vidas. O impossível
breve é o nosso lembrete diário de que temos que estar sensíveis ao que
acontece a nossa volta, para não perdermos a oportunidade da beleza. É aquela
nota pregada na geladeira: não deixemos as finuras da vida passarem sem nos
apercebermos disso.
Além disso, o Impossível
Breve é desejo. É desejo de viver, pelo menos, um momento curto daquilo que
parece mais que improvável, impossível. Não é realidade, mas a capacidade de
sonhar com o intangível. É a intensa ligação entre desejo e sonho. A pequena
confusão entre aquilo que desejo porque vejo e aquilo que planejo enquanto
sonho faz a impossibilidade parecer bobagem. Impossível breve é aquilo que todo
mundo deveria conhecer: aquele fugidio instante em que, de dentro do sonho,
olhamos para a realidade com olhos descrentes – porque ela não faz sentido.
Impossível Breve é, por outro
lado, tudo aqui que leva em si a impossibilidade de brevidade. É o que, dada a
sua importância, não está de passagem. É a condição de tudo que vem até nós
motivado a ficar. Qualquer breve vivido que ressoa em tudo que somos e fazemos,
qualquer momento em que transformarmos o que está a nossa volta e somos
transformados por isso, irremediavelmente.
E a Impossível Breve é,
finalmente, uma ironia musical. Breve é uma figura rítmica praticamente extinta
porque é longa demais. A impossível breve passa, então, a ser o valor que
a gente bem que quer alcançar e que já não se encaixa no nosso compasso. A
impossível breve é o desejo de fazer durar um pouco mais aquilo que foi escrito
sempre faltando a metade.
E, no meio disso tudo, o
Impossível Breve é o CD que a Jennifer Souza vai lançar dia 08 de novembro no
espaço 104, em BH. Um CD emocionante, daqueles que é só pros fortes e pros
sensíveis. Daqueles de arrebentar a boca do balão, de chutar o pau da barraca,
de gritar “chora, botão!”. E é um CD pra ouvir, não pra simplesmente colocar de
música de fundo. Ele te pede alguns breves minutos de atenção. E vale a pena.
Para não dizer que não falei,
sinto que um pedacinho do trabalho tão sensível da Jeninha é um pouco meu. Não
só porque tem duas músicas que levam o meu nome, mas porque é como se tudo
falasse daquilo que importa. Eu demorei muito a escrever sobre os Impossíveis
Breves, e acho que é porque é difícil expressar toda a gratidão de estar
vivendo a minha vida, que é só mais um breve instante de sorte, num momento
especial, em que trabalhos como este da Jennifer se tornam possíveis.
Lud Fonseca
Pode ajudar na campanha
financeira do lançamento (pois se trata de uma produção absolutamente
independente) clicando aqui
2 comentários:
Uai, curti este lugar onde meu texto veio parar! =)
Opa! Obrigada pelo post Miguel! Abração e vamos no show!? Jenninha
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