"Minha pátria, minha língua" - Jacyntho Lins Brandão
Minha pátria, minha língua
Minha pátria, minha língua. Que língua
Esta que me resta e não me diz e em
Que falo a me matar silente à míngua
De língua que nem tenho nem me tem?
Se ela falo, falar é pura luta
Que me constrange a não dizer falo ela.
Língua materna, nada! língua puta,
Impura, inculta, apátrida: tão bela.
Povoa-me a vigília e a insônia
Em cada negação, cada assertiva
Que dita com bondade, com acrimônia,
Ela é minha língua, minha babilônia,
A confusão que põe à deriva:
Pátria nenhuma. Assim: língua colônia.
Jacyntho Lins Brandão
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