"Horas sem tempo" - Adão Cruz
Horas
sem tempo
Ao soar das horas mortas
Abro as
asas que foram do meu voo.
Para lá
do nevoeiro
sei que
ainda moram noites de luar
e
apetece-me gritar por ti e chorar.
Vestido
de tempo sem espaço
e de
espaço sem tempo
tento
fundir a neve que me cobre
com o
calor da tua nudez
mas a
vida é uma teia sem olhos
no
gélido mundo da tua ausência.
A
respiração acabou
e o
poema nasceu fechado
no teu
corpo
tão
perto e tão longe e de mim.
Velha
semente sem terra
ainda
sinto a tua doçura
nas
entrelinhas da secura.
Adão
Cruz
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