sábado, 13 de julho de 2024

Navegando pelo cinema






Violência em nome da razão



Em 1979, o documentário "Em Nome da Razão" flagrou as condições degradantes em que os internos eram mantidos no hospital psiquiátrico Colônia, em Barbacena (MG), então chamada de “A Cidade dos Loucos” devido ao número de casas do gênero. O impacto daquele filme de Helvécio Ratton teve papel importante na luta antimanicomial. Em 2016, o Colônia voltou às telas no documentário "Holocausto Brasileiro", de Daniela Arbex e Armando Mendz, baseado no livro de Daniela, premiado com o Jabuti. Ali se desvendava a história de uma instituição onde morreram mais de 60 mil pessoas devido a abandono, incúria e maus tratos. O livro serviu de base também para André Ristum criar a série "Colônia" e esta versão para o cinema. "Ninguém Sai Vivo Daqui" é uma ficção inspirada em histórias de pessoas enviadas por seus parentes, como punição ou degredo. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui







O papa sequestrador




Em O sequestro do papa, o rapto de uma criança de origem judaica pelo Vaticano remonta ao ocaso dos Estados Pontifícios em uma Itália anterior à unificação. Pungente, questiona a crença e o poder, com voos poéticos na iconografia macabra da igreja católica. Para ler o texto de José Geraldo Couto clique aqui


 





Na América Latina democracia entra pelas frestas


Complemento ao filme Utopia Tropical, esta resenha é mais sobre uma entrevista do seu diretor, João Amorim, do que propriamente do documentário citado que foi exibido nos cinemas no verão passado, rapidamente, e voltou a ser apresentado em uma única sessão no Canal Brasil, na última semana. Incompreensível a ausência de Utopia Tropical, de 2023, duração de 77 minutos, em telas e telonas, premiado como Melhor Documentário no Caribbean Sea International Film Festival, na Venezuela, e no Portugal Indie Film. Trata-se de uma conversa importante entre dois amigos, o filósofo, sociólogo e ativista americano Noam Chomsky e o ex – chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, atualmente assessor especial para assuntos internacionais do governo Lula. O doc é o resultado de dois encontros de Chomsky e Amorim, um em 2018 e o segundo em 2022, na casa do primeiro, durante os quais ambos dissecam os golpes políticos sofridos pelos governos do Brasil nos últimos 50 anos, a ascensão e queda das esquerdas na América Latina, e relembram os conhecidos refrões – “América Latina, quintal dos Estados Unidos” e “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Cuba é mencionada como a “porta de entrada para o quintal” e abertura da primeira transição (golpe), nos anos 70. Para ler o texto de Léa Maria Aarão Reis clique aqui


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