Morreu Alain Resnais, um inovador de 91 anos
Quando
o júri do Festival de Berlim atribuiu a Alain Resnais por Aimer, Boire et Chanter, há
duas semanas, o prémio Alfred H. Bauer para o filme da competição que abria
novas direcções à arte cinematográfica, não faltou quem franzisse o sobrolho:
um prémio de “inovação” a um cineasta de 91 anos que adaptava uma peça teatral
de modo estilizadamente artificial?
Mas, para quem conhece bem a obra do realizador, falecido em
Paris, no sábado, 1 de Março, o prémio Alfred H. Bauer — entregue em anos
anteriores, por exemplo, a Miguel Gomes por Tabu — fazia todo o sentido.
Desde a curta-metragem sobre os campos de concentração Noite e Nevoeiro (1955) e a sua lendária estreia na
longa com Hiroshima Meu Amor (1959) até às experiências formais
e lúdicas de obras mais recentes como É
Sempre a Mesma Cantiga (1997), Corações (2006) ou As Ervas Daninhas (2009), Resnais fez sempre questão
de olhar para as coisas sob um novo ângulo, de procurar rumos inesperados e
originais. De ir à aventura.
Leia “Fazendo filmes-poesia sobre a memória, Resnais
fundou o cinema moderno” de Thiago Stivaletti clicando aqui
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