sexta-feira, 3 de abril de 2015

RENATO JANINE RIBEIRO/ ENTREVISTA: A política e a perda do discurso ético

DILEMA – Para o filósofo, o eleitor de Dilma Rousseff está meio estupefato, “sem saber se a medicina neoliberal vai funcionar ou não”. Foto: Luiza Sigulem

Renato Janine Ribeiro é um filósofo em sintonia com o seu tempo. Professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo, ele começou a carreira em meados dos anos 1970, estudando o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679). Não demorou a voltar-se para a reflexão e o debate sobre temas da sociedade atual, o que agora faz em diferentes cenários – da academia às redes sociais. Sem negar os avanços sociais registrados nos últimos 12 anos no Brasil, o filósofo lamenta que eles tenham se dado pela via do consumo: “O grande flagelo ético do Brasil é a miséria. Se o PT batesse nessa tecla o tempo todo e dissesse que está combatendo o problema, teria uma imagem ética que poderia sobrepor à discussão de corrupção”.
Em um momento conturbado da política nacional, Janine Ribeiro critica o isolamento da presidenta Dilma Rousseff, o excesso de protagonismo do Judiciário e a postura da oposição: “Há toda uma crônica policial que favorece o PSDB, assim como uma mídia que é simpática aos tucanos e detesta o PT. Isso leva o PSDB a ter um projeto mais policial do que político”. Para o filósofo, a proposta deimpeachment só interessa à oposição “e, talvez, a uma parte da mídia”. Seja como for, na sua opinião, o melhor seria Dilma Rousseff terminar o mandato em condições razoáveis: “Qualquer outra coisa, seria dramático”.
Para ler a entrevista de Renato Janine Ribeiro clique aqui
Para ler o texto "Janine defende educação sem currículos rígidos" clique aqui

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