Novas formas de sofrer no Brasil da Retomada
Dois problemas, ou processos,
se cruzam, no Brasil dos últimos 20 anos, fazendo com que pensemos em uma
mudança estrutural de nossas formas de sofrimento. O primeiro problema é o que
podemos chamar de expansão da racionalidade
diagnóstica no Brasil pós-inflacionário. Desde
então passamos, gradualmente, a entender nossa vida no trabalho, na escola e na
comunidade a partir de avaliações. Avaliações, que justificam intervenções que
geram novas avaliações. Métricas, orientação para resultados, comparações e
cálculo de valores agregados tornaram-se parte e nossa forma de vida comum como
nunca antes. Isso justifica, em parte, o crescimento dos diagnósticos de todo
tipo: psicológico, educacional, corporativo, jurídico e assim por diante. E não
há diagnóstico sem sintoma. Na psicanálise isso se mostrou como uma preocupação
ascendente com a psicopatologia e com o tema dos sintomas, os chamados “novos
sintomas”: pânicos, depressão, drogadição, anorexia. Esses novos sintomas têm
uma coisa em comum. Eles não se organizam a partir do conflito entre o que é
proibido e o que é obrigatório, como os sintomas clássicos derivados da
contradição entre o desejo e a lei. Os novos sintomas dizem respeito à oposição
entre potência e impotência, e eles são determinados por uma crise na
intensidade do desejo, ou no que a psicanálise chama de relação entre desejo e
gozo.
Para ler o texto completo de Christian Ingo Lenz Dunker clique aqui
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