ENTREVISTA com o premiado diretor de cinema britânico Ken Loach
Kenneth "Ken" Loach é um cineasta britânico nascido em 17 de junho de 1936. Filho de operários, dedicou sua obra cinematográfica à descrição das condições de vida da classe operária. Artista que usa o cinema como instrumento incômodo de denúncias e contra a imposição da falta de alternativas, o cineasta político Ken Loach imprime sua assinatura sobre seus trabalhos, uma marca que só os grandes realizadores são capazes de deixar. Seus 50 anos de carreira e 58 filmes foram celebrados no Festival Internacional de Berlim deste ano. “Comecei no início dos anos 60. Trabalhei em um momento em que as pessoas eram mais conscientes politicamente”, relembra.
Seus personagens são lutadores, homens simples, comuns, muitas vezes intérpretes de suas próprias vidas, porque as histórias que ele conta estão sempre transpondo a fronteira da realidade. Por isso, transbordam também humor, alegria e otimismo. Diferentemente de outros diretores, Loach prefere filmar em ordem cronológica. Do ponto de vista dos atores, eles podem aprender com a cena que fizeram ontem para atuar na que farão hoje, porque segue a história. Você aprende com a cena que fez hoje a entender como o personagem está se sentindo na que vai fazer amanhã”, avalia, ressaltando que este método minimiza os problemas de continuidade.
Segundo ele, fazer cinema fora dos padrões comerciais é sempre uma luta, já que o mercado é dominado por grandes indústrias e estúdios. “É neste ponto que os políticos europeus deveriam intervir. Eles deveriam proteger os cinemas de diferentes países da Europa e também em todo o mundo. Temos que ver filmes da América Latina, do extremo oriente, da Índia, de todo o mundo. Mas, para fazer isso acontecer, você precisa de intervenção política, porque o mercado reduz a escolha”, destaca Ken Loach.Os temas com que o premiado diretor inglês trabalha caíram em desuso, como a organização coletiva em defesa de interesses comuns, mas parecem despertar uma enorme curiosidade entre os jovens cineastas do século XXI. “Nós fizemos alguns filmes de forma diferente. Sempre é uma jornada rumo ao desconhecido. Você nunca sabe como vai ser até terminar, é um processo em desenvolvimento. É uma questão de erros e acertos”, afirma o cineasta.
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