Um ataque à imprensa e aos muçulmanos
O terrível, injustificável e
indefensável atentado contra a redação do Charlie
Hebdo não pode ser
visto apenas como a ação de muçulmanos alucinados que, contrariados com alguns
cartuns, resolveram mostrar suas insatisfações através de rajadas de AKs-47.
A teia de processos e
acontecimentos que desembocou no sangrento episódio possui profundas raízes na
cena política francesa.
A direita propaga, há décadas,
a existência de uma suposta “questão muçulmana” a ser resolvida com a proibição
da difusão de usos e costumes religiosos em território francês. O combustível
essencial é a repulsa aos povos árabes e estrangeiros pobres, potencializado
por um nacionalismo conservador. Estariam em perigo a cultura e o modo de vida
de uma hipotética “França profunda”. Tais tendências tendem a se acentuar em
contextos de crise econômica.
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