"Uns quantos haikus para a minha amada" - Casimiro de Brito
Uns quantos haikus para a minha amada
apagas a lâmpada
sabes que a luz da tua pele
me vai alumiar
um banho de lua
antes de cantar contigo
na cama nua
oh a minha mão
tem a forma do teu seio
deixa-me afagá-lo
o nosso amor voa
no ar na terra e no mar
duas borboletas
nua luminosa
a pele branca de quem amo
em ti me derramo
nunca pensei que fosses
tão leve como o vento
e ambos flutuamos
em busca da fonte
encontrei a tua flor
rio truculento
a vida é efémera
diz-me a flor incandescente
da minha amada
bebendo o teu mel
a terra toda bebo
que mais desejar?
em ti me derramo
sob a tenda azul do céu
já não sei onde estou
derramo em ti
lágrimas desamparadas
oh que já são chuva
bebi o meu vinho
no corpo da minha amada
ambos embriagados
Casimiro de Brito
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