sexta-feira, 23 de julho de 2021

"Fragmentos mínimos do meu “Livro de Eros” - Casimiro de Brito

 




Fragmentos mínimos do meu “Livro de Eros”





1496


Refeição perfumada. A tua. E ainda não puseste a mesa.



1533


Ora fome, ora sede — assim vão correndo as águas do nosso amor.



1544


Acaba lá com os beijos, diz ela: Não vês que ardo?



1551


Sinto-me uma serpente, dizes. Uma serpente? Sim, benigna.



1578


Cantochão. O teu é silencioso.



1583


O sexo é uma jaula. Alada.



1590


E depois abres-me todo esse jardim, queres matar-me de prazer?



1598


O meu morango na tua boca.



1625


Música de cama. Quando, depois do amor, te ouço no teu sono.



1636


Devoro-te e é o melhor que a vida me pode oferecer.



1677


Religioso sou. Perfeitamente integrado e fiel à ordem da natureza.



1687


Os acasos. Os acidentes. O essencial de uma vida.



1692


Uma coisa muito forte. Queima. Mas não dói.



 

Casimiro de Brito



Divulgando o último livro do autor do blog Aqui

 


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