Pikkety, o Papa e o retorno de Karl Marx
A crítica às desigualdades sociais, como exposta no livro O Capital no século XXI, do francês Thomas Piketty, não é assim tão diferente da visão do Papa Francisco sobre o capitalismo em sua exortação apostólica Evangelii Gaudium (do latim, “A alegria do Evangelho”), publicada em 2013.
O jornal inglês Financial Times tenta provar que a teoria do economista francês é incorreta. Além disso, conservadores como Rush Limbaugh e outros acusam tanto o economista quanto o sumo pontífice de marxismo, sinônimo de estar errado na opinião do comentarista político, obviamente. Entretanto, ser rotulado de marxista não é uma ofensa. É apenas um sinal de que Marx retornou das reminiscências do comunismo para convidar acadêmicos, ativistas e até clérigos a buscar em seus escritos soluções para recessão global contemporânea.
Embora Piketty e o Papa Francisco (antes Cardinal Jorge Mario Bergolio) neguem qualquer interesse ou fé no marxismo, ambos não serão perdoados tão cedo. Porque, afinal, reconhecer as falhas capitalismo é como emitir um sinal de alerta máximo em nosso estado de exceção.
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