Com o terror racional podemos dialogar?
Do alto de sua sabedoria e de seu “realismo humanista”, experientes jornalistas, analistas internacionais, professores e diplomatas brasileiros estão em estado de indignação após odiscurso da presidenta Dilma Rousseff na ONU.
Tudo isso porque a presidenta condenou o uso da força por parte dos EUA como meio de resolução de conflitos armados que acontecem, atualmente, na Síria e no Iraque, ao mesmo tempo em que solicitou o diálogo com a comunidade internacional e apelou para o uso do direito e das instituições internacionais como instrumentos mais adequados para a paz. Os “indignados” dizem ser favoráveis ao diálogo e apoiam a utilização do direito internacional, mas ressalvam que isso não serve para esses “fanáticos islâmicos”. Segundo um experiente jornalista brasileiro, “nem à força esse tipo de fanáticos se dobra”. Se eu entendi corretamente, o jornalista quer dizer que eles não são passiveis de dissuasão. Bem, neste caso sou obrigado a concluir que é preciso eliminá-los. É isso mesmo?
No mesmo veiculo de comunicação, um diplomata igualmente sábio e experiente condena as “banalidades piedosas” de nossa diplomacia em relação a esses “fanáticos” e “psicopatas”. Estamos diante de verdadeiros humanistas, que valorizam os direitos humanos, a Justiça e a igualdade; mas não são ingênuos e colocam ressalvas em relação àqueles que seriam dignos desses valores. Do alto de sua sabedoria, compartilhada com aqueles que usam a força, julgam que têm autoridade moral para qualificar quem merece e quem não merece ser agraciado para o diálogo ou, no que dá no mesmo, quem merece e quem não merece morrer. Os gregos chamavam isso de Hybris.
Para ler o texto completo de Reginaldo Mattar Nasser clique aqui
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