sábado, 4 de outubro de 2014

Outros lugares, outros tempos.Viagens pela pós-colonialidade com Ruy Duarte de Carvalho


Qual a relevância da obra de Ruy Duarte de Carvalho para se pensar a pós-colonialidade? É esta a questão que me parece quase óbvia, quando releio os seus textos, sobre eles reflito, neles reencontro propostas que, escritas a partir de outros lugares ou de lugares idênticos – África, Europa, Brasil –, me suscitam interrogações semelhantes, formas de ler o passado e o presente em que me revejo mais facilmente do que em outros autores.
Como poucos escritores de língua portuguesa Ruy Duarte de Carvalho faz da condição pós-colonial um tema recorrente na sua obra. Designação equívoca, o ´pós-colonial’, apesar de todas as tentativas por a precisar, delimitar, explicar. Pois ela transporta alguma coisa que poderia designar de jargão acadêmico global. A sua utilização é, por vezes, mera estratégia a mostrar que se soube estugar o passo pelas tendências hegemônicas, provenientes de academias mais ‘visíveis’, mais ‘desenvolvidas’, mais ‘cosmopolitas’. Contudo, persisto em utilizar o termo, nem que seja por preguiça (acadêmica), ciente do conforto que o jargão também fornece. Conforto, porque nos remete para autoridades, mais ou menos distantes no espaço, que nos confirmam e avalizam intuições e experiências, conforto, porque nos permite nomear de um modo mais expedito complexidades que outras designações muitas vezes não dão a ver. Risco, entre nós, onde um passado colonial mal digerido e uma nostalgia pós-colonial insistem em insinuar-se sob tiradas contra o ‘politicamente correto’ ou modas teóricas importadas. 
Para ler o texto completo de Manuela Ribeiro Sanches clique aqui
Leia também o texto de Miguel Vale de Almeida “Antropologia e literatura: a propósito e por causa de Ruy Duarte de Carvalho” clicando aqui

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