sexta-feira, 18 de março de 2022

Poemas no sul enfrentam as guerras





Humanos de pólvora

 





Debaixo deste Inverno, ontem de manhã


A solidariedade entre os povos dagora


Parecia ser filha das afinidades vividas


Entre as fronteiras da Paz nascida


Das cinzas da morte das guerras esfriadas



 

Ainda no mesmo ninho, hoje ao entardecer


A solidariedade entre os mesmos povos de ontem


Tornou-se filha da ideologia do império reinante


Que se arroga na força do músculo nuclearizado


Para determinar o curso da morte da paz tão almejada



 

Quando a noite enlutada, dorida e ensanguentada


 

Beijar o céu estrelado em harmonia celestial


Não quero discutir as causas das guerras


Nem a morada da verdade entre os beligerantes


Porque o sabor da desgraça das gentes comuns


Só alimenta os proveitos de quem as guerras providencia



 

Quando acordar na alvorada ensolarada


Quero ver reflorescida com vigor e beleza do vermelho antúrio


Com prenúncio esperançado de bom tempo vaticinado pela folia do arco-íris,


Quero ver no abraço das gentes silenciadas na armadilha da liberdade


No equilíbrio da riqueza sem pobreza para toda raça humana



 

Quero ver sancionada e clamada eloquentemente


O Não às guerras imperiais, neocoloniais e anexionistas


O Não às discórdias mortíferas entre os povos



 

Quero ver tal como entre todas as flores do jardim da natureza


O feitiço do consenso espalhar a diversidade de perfumes de Paz e amor


Para toda a raça humana num planeta sem periferias, sem donos, nem amos.



 

Fim



 

Kwesy



 

Kampala, 05/03/2022

 


 

 




 

Break News

 

 

Longe de casa longe da guerra


Assisto a feras televisivas esgadanhando-se


Por break news close-ups da desesperança humana


Enquanto nos sofás redactoriais bruxos e videntes


Confortavelmente instalados discutem justificações


Dissertam e esgrimem vãs argumentações



 

Se estamos de um lado ou de outro


Numa visão a preto e branco


Num mundo de cores e horrores


O altivo ocidente da liberdade de expressão


Desperta censórios fantasmas antigos


McCarthys e Torquemadas culturais



 

Se não és por mim és contra mim


Se ficares em silêncio silenciado serás


Na fogueira na prisão no ostracismo


Se estamos de um lado ou de outro?


Só há um lado…


O de qualquer povo sofredor!



 

 

 

José Paulo Pinto Lobo




 

17/03/2022





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