segunda-feira, 7 de março de 2022

"Elegia a Lígia" - Dante Milano

 




Elegia a Lígia






Lígia, teu nome de elegia


Te dá ao corpo moço um ar antigo


E cria em meu ouvido lento ritmo


Que me arrasta o absorto espírito


Para o verso e sua inútil tortura.




Torso de ânfora esguia!


Só o que amou deveras um quadro, um vaso, um objeto precioso,


Pode sentir o relevo suave do teu ventre,


Corpo de mulher,


Forma antiga e novíssima.




Perdoa aos poetas que te desnudam, te divinizam, te prostituem.


Em meus versos inteira te possuo.


Que importa a fêmea que se nega?


Transformada em poema,


Amo-te ainda mais!


Ajoelho agarrado a teus joelhos,


Não com palavras de fé


Mas impudente e irreverente


Profanando mas adorando


A tua imagem desfigurada.






Dante Milano







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