AFONSO SANTOS: "Colecionador de quimeras"
Colecionador de quimeras
Quando as minhas angústias
começam a morder-me
ponho-lhes a trela
saio à rua a passeá-las
e deixo-as ladrar
ao tédio transeunte.
Depois ponho-lhes asas
e deixo-as voar
como pássaros
em busca de primaveras
imprevisíveis.
começam a morder-me
ponho-lhes a trela
saio à rua a passeá-las
e deixo-as ladrar
ao tédio transeunte.
Depois ponho-lhes asas
e deixo-as voar
como pássaros
em busca de primaveras
imprevisíveis.
Afonso Santos*
*O
moçambicano Afonso dos Santos, nascido em 1954 é, no entendimento da professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carmen Lucia TindóRibeiro Secco, “uma das vozes que procura resistir ao desalento, através das quimeras da
própria poesia, pois percebe que no «tempo de agora/ em agonia engolimos/ a
palavra equívoca/ a penumbra o gesto esquivo». Para Fernanda Angius,
professora especialista em literaturas africanas de língua portuguesa, Afonso
Santos é um “jovem poeta que promete enriquecer a paisagem da literatura
moçambicana com a sua lírica já afirmada no livro publicado em 1998, Colecionador
de Quimeras”.
2 comentários:
Nao conhecia mas fiquei a saber que ha poetas em mocambique de valor.gostei
Este Afonso Santos, um “jovem poeta que promete enriquecer a paisagem da literatura moçambicana com a sua lírica já afirmada no livro publicado em 1998, Colecionador de Quimeras” é o mesmo que esteve na Ilha da Juventude, em Cuba, com o poeta José Pastor, nos anos 70?
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