A educação de populações indígenas em Moçambique: do Período Colonial ao Início da Era Pós-Independência
A
história da educação de populações indígenas em Moçambique foi marcada pela
ação colonizadora de Portugal, desde o século XV até a sua independência
nacional, em 1975. Com este trabalho, pretendemos apresentar e problematizar os
principais marcos desse processo, no recorte temporal de 150 anos, compreendido
entre 1834, em pleno Período Colonial, e 1984, no início da Era
Pós-Independência. Este contributo para a compreensão da história da educação
de nativos moçambicanos resulta de parte de um estudo doutoral desenvolvido no
contexto das políticas educativas, realizado através de uma abordagem
qualitativa com recurso ao método bibliográfico com base em fontes documentais.
A interpretação dos dados assinala um conjunto de práticas colonizadoras de
discriminação, marginalização e imposição de uma língua, bem como de clivagem e
criação de um fosso entre as populações indígenas e os filhos dos
colonizadores. A estas classes sociais estavam destinados regimes educativos
diferenciados e penalizadores para os nativos, pois aqueles visavam
a reproduzir e a perpetuar o sistema de dominação
colonial, sobretudo por meio da sua orientação para a produção de mão de
obra. Constatamos também que algumas destas marcas do passado se mantiveram na
Era Pós-Independência como herança de uma certa cultura educacional com a qual
o povo moçambicano se debate para alcançar os seus desígnios. Para ter acesso
ao conteúdo integral do texto de Názia Anita Cardoso Bavo e Orquídea Coelho
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Revista Brasileira de História da Educação, v. 22 n. 1 (2022)
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