Navegando pelo cinema
A piscina pode esperar
Houve um tempo em que grande parte dos filmes brasileiros pecava por um artificialismo teatralizado (no mau sentido), em que os personagens não soavam como pessoas de carne e osso, mas como títeres despejando diálogos em linguagem nada oral. Nessa época, que se estendeu até os anos 1980, o som das salas de cinema tampouco era favorável a uma comunicação fluente entre personagens e espectadores. A ausência de legendas afastava o público do chamado filme nacional. Para ler o texto de Carlos Alberto Mattos clique aqui
Sinfonia do Fim do Mundo
A câmera localiza-se num salão, enquadrando uma série de portões (fechados) que lhe servem de entrada. Ouvimos, por uns instantes, sons vindos da rua, que paulatinamente cessam. O ambiente, agora, é silencioso. A câmera começa a percorrê-lo, revelando aposentos espaçosos, cheios de quadros, móveis ornamentados… todos esses objetos são índices da presença do ser humano, afinal, foi necessário que alguém existisse para produzi-los. Para ler o texto de Pedro Mesquita clique aqui
Putas, ou quase... violência de gênero em filmes de ficção da Argentina e Brasil no século XXI
Nas últimas décadas, muitos filmes procuram abordar o tema da violência de gênero. As representações cinematográficas, sobretudo as brasileiras, revelam que a maioria das vítimas de violência masculina fora das relações conjugais são mulheres em situação de prostituição, seja voluntária ou forçada, ou aquelas que, por alguma razão, são associadas a prostitutas. Essas violências são, essencialmente, de caráter sexual e estão marcadas por hierarquias de poder. A compreensão de que vivemos numa sociedade construída por e para homens, a qual reforça um determinado tipo de masculinidade em detrimento de outros e reverbera nas relações de gênero, atravessa as leituras fílmicas. Neste trabalho abordo narrativas de violências de gênero em filmes de ficção da Argentina e do Brasil produzidos nas primeiras décadas deste século. Procuro refletir, a partir da perspectiva da História do Tempo Presente, acerca dessas representações como frutos de processos históricos de longa e média duração, observando como tais processos incidem na constituição de um imaginário de caráter misógino, perceptíveis nessas representações, que ainda parece dividir as mulheres entre “santas” e “putas, ou quase...”, impondo a estas últimas “castigos” na forma de violência sexual. Para ler o texto de Joelma Ferreira dos Santos clique aqui
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