"Naquele dia" - Manuel Filipe
Naquele dia
Naquele dia, um vendaval opôs-se ao mar,
vindo da terra, ventre quente, alvoroçado,
cobriu de areia rochas vivas e destroços,
e o ar incandesceu, iluminado.
Naquele dia, o mar cegou de luz,
quando, hialino, se ergueu na sua cava,
porque um vento requeimado dispersou
as ondas, desfeitas em chama brava.
E por isso, o sol esplendia em cada gota,
e cada gota, envaidecida, rebrilhava...
Manuel Filipe
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