quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Navegando pelo cinema

 




Alain Bergala - Experiência



Se quisermos iniciar crianças no cinema, não se deve partir do saber; não se deve partir da cultura; não se deve partir da história do filme. É muito importante partir, primeiramente, da experiência direta da travessia do filme. Isto é, na experiência, existe saber. O fato de uma criança ver o filme, sobre o qual, por exemplo, ela não sabe nada. Nós não a preparamos para ver esse filme. Então, ela entra no filme. Atravessa o filme. E quando ela sai desse filme. Ela tem uma inteligência do filme. Ela tem a maneira pela qual ela compreendeu o filme. A maneira pela qual ela se emocionou. A maneira pela qual ela foi tocada pelo filme. As imagens que ela reteve, por exemplo. Isto é, quando ela vê um filme de uma hora e meia, o que fica? Quais imagens a tocaram pessoalmente? É sempre a partir daí que é preciso partir. Se quisermos iniciar jovens ou crianças no cinema, é preciso sempre partir das suas experiências. A experiência da travessia do filme. Não se deve partir de ideias. Não se deve partir de conceitos. Chegaremos às ideias e aos conceitos depois. Primeiramente, eles dizem. Cada um pode dizer, por exemplo, como ele viveu a travessia do filme. Em seguida, a partir disso, podemos perguntar aos alunos como foi para eles a travessia do filme. E a partir daí, podemos fazer pontes, analisar. E pouco a pouco, chegar às ideias. Mas, não se deve nunca partir das ideias. É preciso sempre partir de suas experiências. 
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"Não olhe para cima" é apenas uma jogada de marketing e nada mais 




"As pessoas não querem mais pensar. O senso comum exige que tudo venha pronto, como trash food", diz o jornalista Eduardo Maretti. Para ler seu texto clique aqui


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FILME INTEGRAL - "Barravento" de Glauber Rocha, 1961



Depois de morar na capital, o malandro Firmino volta para a vila de pescadores onde nasceu. Nela, vivem seus antepassados, que cultuam há séculos o candomblé. Crítico de seu misticismo, Firmino quer politizá-los. Para isso, desafia um dos mais queridos líderes da comunidade, Aruã, protegido de Iemanjá. Primeiro longa-metragem do cineasta baiano, o filme ainda impressiona pela força de sua montagem convulsiva, feita de simetrias e contrastes. Tambores do candomblé e belíssimos cantos corais dão andamento a uma história de amor, traição, mitos e identidade negra. Para assistir ao filme (1:21:00) clique no vídeo aqui


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