"Sobre os plátanos nus" - José Paulo Pinto Lobo
Sobre os plátanos nus
Despego-me de mim
Do invólucro carnal
Fio de prata me prende
Pra não me perder
No sobrevoo dos plátanos nus
Por entre os edifícios entorpecidos
Desbragadamente invasor
Entro nas casas dos sonhos
Perpassam como névoas
Ouço anseios alheios
Um bebé de pé no berço
Sorri e estende os braços
Só as crianças vêem o etéreo
No voo redentor
Em direcção à aurora
Ouço música
Pairo e escuto
A canção dos poetas
Inebriante
Arrebatadora tessitura das palavras
Ode dos ímpares mestres
Retorno a casa
À minha amada
Que tranquila sonha
A mão pousada
No meu peito
Respiração pausada
A mesma melodia
Suavidade dos poetas
José Paulo Pinto Lobo
Cascais, 22 de Novembro 2021
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