PENSAMENTOS EM FRONTEIRAS: que lições tirar nos processos de alfabetização africanos à luz das concepções de Paulo Freire?
O texto apoia-se numa pesquisa de
cunho bibliográfico sobre as fronteiras do pensamento de Paulo Freire e
seus encontros com a África a partir de várias de suas obras. Inicialmente, são
abordadas as
condições políticas e ideológicas que levaram Paulo Freire a ser preso pela
ditadura de 1964 no Brasil, em virtude de suas propostas
educativas revolucionárias. Sua ida para o exílio no Chile, onde publicou
sua obra mais famosa “Pedagogia do
Oprimido”, acabou levando Freire a se envolver nas lutas de
outros povos latino-americanos e
africanos. No caso específico do continente africano, suas
experiências remodelaram sua pedagogia e sua prática como educador. O artigo está dividido em duas
partes, a saber: na primeira, trabalha-se o sentido da
alfabetização freireana no seu encontro com a África.
Na segunda, traça-se um pequeno histórico dos desafios e conquistas
desse encontro. Finalmente, nota-se que a educação de
Paulo Freire, por seu caráter político e emancipador, influenciou
as políticas educacionais de países africanos que se tornaram
independentes. Na
conclusão, enfatiza-se que é legítimo afirmar que as “falas” de Paulo
Freire se misturam com as experiências por ele vividas na
África, pois não é difícil perceber marcas africanas no seu modo de ser,
estar, fazer e conviver. Entender Paulo Freire como
intelectual de fronteira significa dizer que seu pensamento vem se
alterando em função do tempo e do contexto histórico que se encontra inserido.
A atualidade do seu pensamento não se restringe a fronteiras sociais, culturais e políticas.
Daí a grandeza de seu legado. Para ler o texto de Cirlene Cristina de Sousa e José
de Sousa Miguel Lopes clique aqui
POR UMA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES(AS) DE MOÇAMBIQUE NA PERSPECTIVA FREIRIANA: possibilidades e limites
Este artigo apresenta resultados de uma investigação que teve como objetivo examinar o atual estado da formação inicial de professores de Moçambique, com vistas a sugerir reformulações baseadas na proposta freiriana de educação. Com relação aos procedimentos metodológicos, optou-se pela abordagem qualitativa, com ênfase na investigação temática de Paulo Freire. A coleta de dados foi realizada por meio do Círculo de Cultura freiriano. Foram sujeitos desta pesquisa sete alunos e cinco alunas do Instituto de Formação de Professores de Inhamízua, no Município da Beira de Moçambique. A análise dos dados foi realizada pela técnica de Análise de Conteúdo temático-categorial. Os resultados permitiram concluir que a formação inicial de professores de Moçambique ainda se encontra norteada pelos princípios de uma educação bancária, o que obstaculiza a autonomia intelectual do(a) educando(a). Assim, inferiu-se que as práticas docentes moçambicanas não favorecem uma reflexão crítica sobre a prática de educadores(as) e educandos(as). Concluiu-se, portanto, que será preciso investir em formações continuadas que possibilitem uma práxis educativa crítico-reflexiva, por meio de uma pedagogia dialógica. Para ler o texto de Lázaro Felix Manuel e Maria de Fátima Gomes da Silva clique aqui
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