terça-feira, 30 de março de 2021

"Amor e sono" - Algernon Charles Swinburne

 





Amor e sono

 

 

 


Deitado a dormir entre os afagos da noite


Vi o meu amor debruçar-se sobre o meu leito triste,


Pálida como a mais escura folha do lírio ou corola


De pele macia e escura, o pescoço nu para ser mordido,



 

Transparente demais para corar, tão quente para ser branca,


Apenas de uma cor perfeita sem branco nem vermelho.


E os lábios abriram-se lhe-amorosamente e disseram -


Nem sei bem o quê, exceto uma palavra - Deleite.



 

E a face dela era toda mel na minha boca,


E o corpo dela todo pasto a meus olhos;


Os braços longos e lentos, as mãos quentes de fogo,



 

As ancas frementes, o cabelo a cheirar a Sul,


Os pés leves luzentes, as coxas esplêndidas e dóceis


E as pálpebras fulgentes com o desejo da minha alma.


 

 

 

 

Algernon Charles Swinburne

(Reino Unido, 1837-1909)


0 comentários:

  © Blogger template 'Solitude' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP