O mercado é mesmo bom?
Há um elemento comum, nas
manifestações recentes da direita brasileira – e não só brasileira: o discurso
de que o Estado deve recuar e o mercado deve regular uma porção maior das
interações humanas. Enquanto o Estado premiaria os “preguiçosos” por meio de suas
políticas sociais, o mercado daria a cada um a recompensa justa pelo seu
esforço. É o que diziam as faixas, nas manifestações de março e abril, que
reivindicavam o direito daqueles que “trabalharam muito” a se dessolidarizar
dos pobres e marginalizados. Por vezes, como quando denuncia as cotas nas
universidades, este discurso ainda é tingido por um racismo indisfarçável.
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