Bolsonaro não teria legitimidade na Argentina, diz pesquisadora de ditaduras
Em abril de 1983, pouco antes do final da ditadura no país, os militares da Argentina publicaram documentos nos quais procuravam justificar suas ações e apelavam à reconciliação do povo, dizendo ainda que o que ocorrera no regime passaria pelo “julgamento da história”. O então candidato a presidente Raúl Alfonsín (que seria eleito naquele ano e governaria o país até 1989) divulgou uma nota em que repudiava a avaliação dos militares e dizia que “os atos ilícitos cometidos durante a repressão deverão ser julgados pela Justiça, e não só pela história”.
De fato, ainda no mandato de Alfonsín, a Justiça começou a julgar os responsáveis por violações de direitos humanos na ditadura, iniciada em 1976 e que matou um número estimado entre 20 mil e 30 mil pessoas. Porém, as chamadas leis do “Ponto Final” e da “Obediência Devida” interromperam as ações judiciais e, durante o governo de Carlos Menem (1989-1999), militares condenados receberam indulto. Os processos foram retomados com força somente a partir de 2005, após a Corte Suprema do país considerar inconstitucionais as leis de autoanistia da década de 1980. Centenas de agentes da ditadura têm sido julgados, condenados e presos desde então. Um dos generais ditadores que ocuparam a presidência, Jorge Videla, morreu em 2013, aos 87 anos, na cadeia em que cumpria pena de prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade.
Para ler a entrevista de Caroline Silveira Bauer clique aqui
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