O fantasma da proletarização atemoriza os médicos
O que ocorre na medicina não é diferente do que ocorre no resto da economia capitalista. A luta entre patrão e empregado, a tal luta de classes, faz que o trabalho direto seja substituído pelas máquinas. E esse processo não é indolor.
Os equipamentos médicos, em geral produzidos por empresas monopolistas, estão cada vez mais caros. Só são lucrativos se operados em grande escala. Clínicas e hospitais são uma resposta a isso. A centralização de capital ocorre também no lado da demanda, mediante os convênios de saúde que aglutinam pacientes. A monopolização (poder de mercado via cartelização) avança, com a omissão e mesmo com a cumplicidade das instâncias (Executivo, Legislativo e Judiciário) que, supostamente, deveriam coibi-la. Ela só não avança entre os médicos, que cada vez mais se transformam em assalariados (explícitos ou disfarçados).
Mercado e saúde não têm se revelado uma boa combinação: custos elevados, empobrecimento/assalariamento dos médicos, mau atendimento ao público, dificuldades para marcação de consultas, negativas de exames e de cirurgias. O setor público não se sai melhor. O corporativismo e uma política deliberada de privatização contribuem para isso. É nesse contexto que as reações ao Programa Mais Médicos precisam ser analisadas.
Para ler o texto completo de Paulo de Tarso Soares, Ana Paula Paulino da Costa e José Paulo Guedes Pinto clique aqui
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