Pasolini renasce em Paris
Cineasta iconoclasta, Pier Paolo Pasolini (1922-1975) foi um dos maiores artistas do século 20. Mas o poeta, escritor e intelectual marxista engajado era detestado pela sociedade burguesa que criticava. Seu assassinato, em 1° de novembro de 1975, na praia de Ostia, perto de Roma, permanece até hoje um mistério. Os inimigos do poeta preferiram acatar (ou fabricar?) a tese de crime sexual, atribuindo ao homossexualismo de Pasolini a responsabilidade por seu assassinato.
Inúmeros documentários e livros tentaram demonstrar que o crime, nunca esclarecido, foi o resultado de um complô mafioso ou político para calar o incômodo crítico da política italiana, sobretudo na coluna “Escritos corsários”, publicada no Corriere della Sera, nos dois últimos anos de vida. A Democracia Cristã, severamente criticada por Pasolini por alimentar o clima de tensão da Itália dos “anos de chumbo”, viu, três anos depois, seu líder, Aldo Moro, ser sequestrado e morto pelas Brigadas Vermelhas.
Como um profeta, Pasolini previu o terror no qual o país iria mergulhar. Mas, como acontecia com os profetas do Antigo Testamento, sua lucidez incomodava. No enterro, seu grande amigo, o escritor Alberto Moravia, sugeriu um crime político: “Uma sociedade que mata seus poetas é uma sociedade doente”.
Para ler o texto completo de Leneide Duarte-Plon clique aqui
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