ALBERT CAMUS, 100 ANOS: O centenário de um pensador livre
O centenário de nascimento, na maioria das vezes, serve como data comemorativa para relembrar os feitos de um personagem mais ou menos ausente do cotidiano. No caso de Albert Camus, nascido em 7 de novembro de 1913, a efeméride apenas concentra uma presença que tem se mantido constante ao longo de décadas. O autor de “O estrangeiro” e “A peste”, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1957, é um dos campeões de vendas de livros na França e tema onipresente nos programas escolares do país. Celebrado também no exterior, o Camus que rejeitava o rótulo de moderno e o status de filósofo é hoje definido como um pensador “contemporâneo” e “universal”, constantemente solicitado como fonte na busca de sentido para um mundo em crise de ideologias. Neste início de século XXI, seu conceito de revolta, considerado por muitos como a chave de seu pensamento, conecta-se com ideias dos movimentos dos Indignados e Ocupem Wall Street (deflagrados na Espanha e nos Estados Unidos, respectivamente), de manifestantes nas praças do Egito ou da Turquia e de jovens que têm saído às ruas em protesto no Brasil.
As ideias de Camus têm sido recuperadas politicamente pelos campos da direita e da esquerda, citadas na França tanto pelo ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, que sugeriu a transferência de seus restos mortais para o Panteão, como pelo socialista François Hollande, atual mandatário do país. Apontado como um incompreendido em sua época, marcado por suas polêmicas opiniões sobre a guerra de independência da Argélia, sua terra natal, e pelas divergências com o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), o romancista, dramaturgo e ensaísta Albert Camus, morto prematuramente aos 46 anos em um acidente de carro, em 4 de janeiro de 1960, não cessa de ser lido, debatido e redescoberto.
Para ler o texto completo de Fernando Eichenberg clique aqui
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