FILME Tiro de misericórdia
Dois náufragos flutuam a esmo sobre o que restou de um bote. Eles sabem que o mar quer tragá-los. (O mar, essa imensidão inconsciente.) Suas forças estão se esvaindo, eles sabem que não já não é possível resistir, que o espaço exíguo para escapar do naufrágio os arremessa um contra o outro. Um deles vai morrer. Um deles precisará morrer. Eis, então, a pergunta que a filosofia se faz há muito tempo: o sobrevivente é um assassino? E se, em nossa sociedade patológica, essa for a base das experiências morais? Pois esta é a pergunta que embasa a experiência do espectador de Testemunhas de uma guerra (2009), filme dirigido por Danis Tanovic.
Dois fotógrafos experientes vão a mais uma guerra. Eles são testemunhas. (Que ninguém nos ouça: eles são cúmplices.) Estamos no Curdistão, a bucha de canhão de todos os países ao redor. Irã, Iraque, Síria. O Curdistão sempre perde. Mas os fotógrafos não querem deixar de capturar o lirismo da guerra, a beleza de um grito para sempre suspenso pelo clique, um estilhaço perfurocortante, o crepúsculo que vela os moribundos. As fotos só não conseguem retratar o cheiro de putrefação dos cadáveres que ainda respiram, dos escombros que agonizam.
Dois fotógrafos experientes vão a mais uma guerra. Eles são testemunhas. (Que ninguém nos ouça: eles são cúmplices.) Estamos no Curdistão, a bucha de canhão de todos os países ao redor. Irã, Iraque, Síria. O Curdistão sempre perde. Mas os fotógrafos não querem deixar de capturar o lirismo da guerra, a beleza de um grito para sempre suspenso pelo clique, um estilhaço perfurocortante, o crepúsculo que vela os moribundos. As fotos só não conseguem retratar o cheiro de putrefação dos cadáveres que ainda respiram, dos escombros que agonizam.
Para ler o texto completo deFlávio Ricardo Vassoler clique aqui
0 comentários:
Postar um comentário