quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Como morrem os médicos

(com charges do grande Quino)
Escritores octogenários que entrevistei coincidiram em dizer que o duro na vida não é envelhecer, mas enterrar os amigos, aguentar a saudade deles que fica. Você começa a encarar a morte de perto. Suponho que a isso se chame amadurecer. E dói.
Dizem as estatísticas que a média de idade das pessoas subiu, mas a realidade ao lado da gente desmente a estatística. Cada vez que uma pessoa querida se vai, fico pensando na forma como nós encaramos a morte e como a medicina tradicional nos trata no final de nossas vidas. Será que não existe uma maneira menos sofrida?
Pesquisando sobre o tema, encontrei, em um dos meus sites de jornalismo independente favoritos, o Alternet, um artigo do mês passado muito esclarecedor, que traduzi, adaptei e publico para vocês, sobre como os médicos norte-americanos planejam a própria morte. E a imensa maioria opta por não fazer os tratamentos invasivos que eles mesmos indicam a seus pacientes, preferindo cuidados paliativos.
Os cuidados paliativos são um conceito em ascensão no mundo mas que engatinha no Brasil por desinteresse da classe médica. É chamado de hospice ou “casas para os que morrem”: centros voltados para a melhoria da qualidade de vida de pacientes diagnosticados com doenças incuráveis. Para que possam passar seus derradeiros momentos no mundo tranquilos, assistidos, da maneira menos dolorosa possível, cercado pelos familiares, em vez de tentando procedimentos invasivos –e inócuos– até o fim.
(Há um bom artigo científico sobre o movimento hospice, inclusive no Brasil, aqui.)
Esta reportagem aborda também o lucro que o prolongamento da vida com o uso de aparelhos dá à indústria da assistência médica, à custa do sofrimento do paciente e dos familiares. Leiam. Espero que seja útil para alguns de vocês.
Leia o texto de Melinda Welsh clicando aqui


1 comentários:

abdalajr@gmail.com 13 de novembro de 2013 às 11:36  

Jamais imaginei que leria algo assim. Não é fácil refletir sobre o fim da vida. No entanto, ao pensarmos como o prologamento artificial e venal da vida de seres humanos tornou-se recorrente, o tema é, cada vez mais, necessário. Ótimo, embora assustador.

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