quinta-feira, 26 de maio de 2022

Navegando pelo cinema

 






"Cronaca familiare": o rapaz da mala





Drama intenso, narrativa autobiográfica, e obra política, na sua primeira longa-metragem a cores, Valerio Zurlini faz um filme mais negro do que todos os anteriores. Reincidindo na obra literária de Vasco Pratolini (autor de Le ragazze di San Frediano, levado ao cinema em 1955), Zurlini regista com "Cronaca familiare" (Dois irmãos, dois destinos, 1962) a recordação de Enrico (comoventíssimo Marcello Mastroianni), um escritor desencantado, prestes a deixar o jornal para o qual trabalha, que recebe a notícia da morte do seu irmão oito anos mais novo, Lorenzo [Jacques Perrin (1941-2022), a repetir a colaboração com Zurlini, que no ano anterior tinha resultado no celebrado "La ragazza con la valigia" (A Rapariga da Mala, 1961)], com quem mantivera uma relação marcada por longas separações, uma vez que tinham crescido em famílias diferentes: Enrico com os pais biológicos, e Lorenzo, cuja mãe morrera na sequência de complicações pós-parto, com os caseiros de um barão vizinho, que pretendeu fazer dele um modelo de pequeno burguês ordeiro e aplicado, segundo os ditames uniformizadores da Itália fascista. Para ler o texto de Ricardo Gross clique aqui










 Vortex, novo filme de Gaspar Noé, estreia nos cinemas nacionais





"A vida é uma festa curta que rapidamente será esquecida.” Foi com esta descrição que Vortex se apresentou no Festival de Cannes. E é justamente do final dessa festa que o filme se ocupa, seguindo um casal de idosos – interpretados por Françoise Lebrun, a veterana atriz de "A Mãe e a Puta", de Jean Eustache, e pelo mestre do terror, Dario Argento – na derradeira fase das suas vidas, sem poupar, quer os protagonistas quer o público, de toda a perda inerente ao desabar físico e mental que antecipa o nosso fim. O próprio Noé descreve-o como “a história de uma desintegração programada geneticamente, quando todo o castelo de cartas se desmorona.” Para ler o texto de Claudio Azevedo clique aqui









Felicidade miúda




Um pequeno grande filme, lançado em poucas salas país afora, corre o risco de passar batido, esmagado pelo som e a fúria dos top guns e dos homens bombados do norte. Sua força está justamente em sua aparente singeleza, em sua poesia discreta. Estou falando de A felicidade das coisas, longa-metragem de estreia de Thais Fujinaga, premiado no festival Aruanda (João Pessoa) e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para ler o texto de José Geraldo Couto clique aqui

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