11º Aniversário do Blog "Navegações nas fronteiras do Pensamento"
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Como é hábito, a abertura diária das postagens do Blog é dedicada à poesia. Hoje apresentaremos poemas de poetas de Moçambique, Brasil e Portugal.
País de mim
42.
O peso da vida!
Gostava de senti-lo à tua maneira
e ouvi-la crescer dentro de mim,
em carne viva,
não queria somente
rasgar-te a ferida,
não queria apenas esta vocação paciente
do lavrador,
mas, também, a da terra
e que é a tua
Assume o amor como um ofício
onde tens que te esmerar,
repete-o até à perfeição,
repete-o quantas vezes for preciso
até dentro dele tudo durar
e ter sentido
Deixa nele crescer o sol
até tarde,
deixa-o ser a asa da imaginação,
a casa da concórdia,
só nunca deixes que sobre
para não ser memória.
Eduardo White
(Poeta moçambicano)
Para
um amor na rua
Meu amor,
vem
pra casa que ouvi dizer
que
vai estourar a guerra
Nostradamus
previu
Raimunda,
nega Raimunda confirmou
Por
favor, ponha os pés na terra
Chão
firme cama da gente
ouvi
dizer que vai estourar a guerra.
Você
que é mundano convicto
você
que erra
vai
argumentar que não há perigo e o escambou
que
é apenas o "bicho" internacional.
Vai
confundir tudo com show
vai
dizer que tem Prince, Rock nroll
Guns
NRoses e talvez Gal;
É
mau, meu bem
tem
também Sadam, Bushes e mesquinharias
Vem
pra casa guardar num cofre sua ingenuidade
vem
proteger da maldade sua fotografia.
Aqui
fiz cuscuz farofa e feijão fraldinho
aqui
pintei filosofia, comigo-ninguém-pode
espada
de São Jorge, jasmim, arruda, carinho.
Tudo
anti-míssil
tudo
bruxaria anti-crueldade bélica
Lá
fora alguns meninos
querem
experimentar a potência
de
seus terríveis brinquedos.
Não
tenha medo
vem
pra casa sem nem telefonar
aqui
tem ar, poesia, fé
e
tudo que a alegria da alma encerra.
Vem,
meu amor
que
ouvi dizer que vai estourar a guerra.
Elisa Lucinda
(verão
de 1991)
Poema
antigo
O
homem
que percorro
com
as mãos
e a
lua que concebo
na
altitude
do
tédio
Só
o
oceano
penso
paralelo - ventre
à
praia intacta
das
janelas brancas
com
silêncio
ciclames-astros
entre
as
vozes que calaram
para
sempre
o
verbo - bússola
com
raiz - grito de relevo
O
homem que percorro
com
as mãos
a
estátua que consinto
a
lua que concebo.
Maria Teresa Horta
1 comentários:
Parabéns! Trabalho maravilhoso.
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