"Delírio" - João Guimarães Rosa
Delírio
No
parque morno, um perfumista oculto
ordenha
heliotrópios…
Deixa
aberta a janela…
Minhas mãos sabem de cor o teu corpo,
e
a alcova é morna…
Apaguemos
a luz…
Não sentes na tua boca
um
gosto de papoulas?…
Passa o lenço de seda de tuas mãos
sobre
minha fronte,
e
não me digas nada:
a
febre está, baixinho, ao meu ouvido,
falando
de ti…
João Guimarães Rosa
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