Sobre a barbárie dos civilizados e a civilidade dos bárbaros
Por longo tempo se acreditou, e muitos ainda acreditam, que a fundação do Brasil se deu com a vitória definitiva de um punhado de civilizados sobre a imensidão dos bárbaros. Assim se ensina a história, ou se ensinava, assim se celebra o passado: aqui chegaram os brancos e souberam impor sua fé e sua ordem sobre a desordem dos infiéis, dos incultos, dos incautos. Ao outro, sempre ao outro, se atribui a violência e o mal: aqueles seres desconhecidos, erroneamente chamados de índios, eram os primitivos, os selvagens, os canibais. Estariam condenados a uma brutalidade sem fim, se os brancos não tivessem chegado para lhes ensinar alguma civilidade. Brusco corte para o presente que nos que nos assombra, com sua violência extrema, sua destruição sem medida, sua intolerância escancarada. Se para algo nos servisse a brutalidade que tomou conta do país, embora a brutalidade nunca possa ter nenhuma utilidade, seria para expor com didatismo a inversão necessária dessa história: os supostos civilizadores sempre foram, eles sim, os bárbaros. Para ler o texto de Julián Fuks clique aqui
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