Koffi Olomide: "Papa Ngwasuma"
A rumba congolesa, enfim, patrimônio cultural imaterial da
humanidade. Isso acaba de ser declarado hoje, dia 16/12/2021, pela Unesco. Um
merecido reconhecimento da música popular, variada e rica nascida entre as duas
margens do rio Congo, que cruzou fronteiras e sobreviveu à moda. “É
considerada uma parte essencial e representativa da identidade dos congoleses e
de suas populações da diáspora. Permite também a transmissão dos valores
sociais e culturais da região, mas também a promoção da coesão social,
intergeracional e solidária”, afirma a UNESCO. A rumba congolesa é uma
música urbana por excelência ligada à festa e à celebração de qualquer situação
vital. A rumba é rua. Música que rima com alegria e euforia. Foi inventado para
ser ouvido e dançado por muitos. Até ao porto de Matadi, principal porto do
então Congo Belga, chegavam navios com marinheiros cubanos e marinheiros de
outros países caribenhos. Como já aconteceu em outras partes do continente
(caso da música Palwinede Serra Leoa, por exemplo), viajaram com seus
instrumentos e, também, com seus discos. Em busca de um pouco de dinheiro
extra, enquanto aguardavam no porto para descarregar e carregar os navios,
fizeram os moradores da região pagarem para ouvir as gravações dos 78 rotações
que os acompanhavam em seus fonógrafos. Gostavam da música porque era familiar
tanto aos locais como às muitas pessoas que para lá haviam migrado em busca de
trabalho. Não é de surpreender que esses ritmos cubanos e caribenhos tenham
deixado o continente séculos antes pelas mãos dos escravos e depois de se
misturarem a novos sons ao longo do caminho, voltaram a ele. Mas houve outro
elemento que contribuiu definitivamente para a divulgação dessas músicas: o
rádio. A partir de maio de 1943, a Rádio Congo belga começou a transmitir os
mesmos ritmos que logo foram apropriados por músicos locais, que os fundiram
com sons indígenas. Dessa mistura nasceu a rumba congolesa. Entre os atuais
artistas de rumba, destaca-se aquele que integrou a banda de Papa Wenba, Koffi
Olomide, de quem podemos ouvir “Papa Ngwasuma” clicando no vídeo aqui
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