"um mar de revolta" - Guilherme E. Meyer
um mar de revolta
ônibus em chamas e janelas estouradas
a voz dos silenciados
na língua de saques e explosivos
“pelo terceiro dia seguido
a bolsa de valores fechou mais cedo”
o exército nas ruas
me ama agora. tudo queima
“estado de emergência” a norma
a verdadeira cara
do estado de coisas
“uma cidade muito, muito vazia”
um grão de areia
um mar de revolta
aperta a minha mão
e não solta. agora só resta trazer à tona uma
outra emergência
Guilherme E. Meyer
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