domingo, 17 de janeiro de 2021

"Fragmentos mínimos " - Casimiro de Brito

 






Fragmentos mínimos






285


Alimento-me também do veneno de quem amo.


306


Escreviver. Goethe: “Pega na tua paixão e faz dela uma obra de arte.”


321


Se te desejo? Não, não sei, se soubesse não te desejaria.


337


“Deixemos as mulheres bonitas para os homens sem imaginação.” Proust.


341


O doce marulhar da seda feminina.


350


Amar-te é deitar-me nas ervas e encontrar uma estrela que não existia.


358


Coração é tudo. Um tudo desenfreado.


363


Amo-te e não sei fazer mais nada.


377


Deponho, a teus pés, o que tenho. Não é muito. Mas sei que vai voar.


380


O amor é um vento que faz cair paredes.


402


A paixão é “o ouro do tempo”: quem disse?


418


Amará deveras esse que tanto se interroga sobre o amor?


426


O amor, a linguagem e a morte bastam-me. Não quero mais bem nenhum.


432


Fiel? Só ao mel do amor. E ao seu sal.


459


Toco-te. Acaricio-te e só tu sabes. Mas a terra treme.


469


Ferimos a ferida. Que amor é este, esta glória sangrenta?


478


Um ar de flauta triste por lhe faltar a boca que melhor a sabe tocar.


483


Mas como pode haver amor sem fúria?


508


O casamento é uma travessia do deserto que começa pelo oásis.


519


A minha amada é intensa e delicada como uma corda de violino.





Casimiro de Brito


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