"Fragmentos mínimos " - Casimiro de Brito
Fragmentos
mínimos
285
Alimento-me também do veneno de quem amo.
306
Escreviver. Goethe: “Pega na tua paixão e faz dela uma obra de arte.”
321
Se te desejo? Não, não sei, se soubesse não te desejaria.
337
“Deixemos as mulheres bonitas para os homens sem imaginação.” Proust.
341
O doce marulhar da seda feminina.
350
Amar-te é deitar-me nas ervas e encontrar uma estrela que não existia.
358
Coração é tudo. Um tudo desenfreado.
363
Amo-te e não sei fazer mais nada.
377
Deponho, a teus pés, o que tenho. Não é muito. Mas sei que vai voar.
380
O amor é um vento que faz cair paredes.
402
A paixão é “o ouro do tempo”: quem disse?
418
Amará deveras esse que tanto se interroga sobre o amor?
426
O amor, a linguagem e a morte bastam-me. Não quero mais bem nenhum.
432
Fiel? Só ao mel do amor. E ao seu sal.
459
Toco-te. Acaricio-te e só tu sabes. Mas a terra treme.
469
Ferimos a ferida. Que amor é este, esta glória sangrenta?
478
Um ar de flauta triste por lhe faltar a boca que melhor a sabe tocar.
483
Mas como pode haver amor sem fúria?
508
O casamento é uma travessia do deserto que começa pelo oásis.
519
A minha amada é intensa e delicada como uma corda de violino.
Casimiro de Brito
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