"Saudade" - António Vilhena
Saudade
Olho-te na fotografia. Está
lá um horizonte,
uma página à tua espera para
escreveres, depois
de tanta ausência. Estão lá
as linhas convergentes
como uma nódoa de esperança
na pele branca
do poema. Não sou capaz de
dizer os instantes à
beira do cais, onde aceno aos
navios que outrora
visitaram os meus sonhos,
como se estivesses nas
rotas de todos os encontros e
as tuas mãos fossem
velas puídas pelo tempo.
Olho-me na fotografia.
Acrescento-lhe os anos, mas
não posso inventar
o que não vivemos.
António Vilhena
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