"Espera" - António Vilhena
Espera
Há-de chegar esse dia
em que um de nós não terá a mão do outro,
em que o sentido das coisas não terá sentido nenhum.
Aprendemos a vida vivendo-a
e partilhando a metade do outro que nos completa.
Quando olho as estrelas ao teu lado
vejo nos teus olhos o brilho da paixão
a menina de saia rodada saltitando na hora do recreio.
Aprendemos a esperar um pelo outro.
Os anos foram gastando os dias e, de tanto esperar,
as noites desaguaram nos sonhos
até o vento içar nos corpos o templo do fogo.
António Vilhena
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