sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Homenagem ao poeta Manoel de Barros: "Os delimites da palavra"


Os deslimites da palavra

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas


Manoel de Barros

Veja a homenagem ao poeta Manoel de Barros clicando aqui

Leia também o texto "Manoel de Barros criou poesia com sintaxe própria" clicando aqui

África em verso: Homenagem Manoel de Barros de Moçambique para o Brasil - Leia o poema do moçambicano Morgado Mbalate clicando aqui

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