quinta-feira, 20 de junho de 2013

Biopoder confessional e o protesto contra o aumento da passagem de ônibus


São Paulo -  Tropa de Choque da PM entra em confronto com manifestantes na Rua Augusta, durante protesto contra o aumento da tarifa do transporte público
Chamemos de discursos o reino dos ditos e dos escritos, independente da área do saber. Todas as sociedades, sob esse ponto de vista, são constituídas de discursos, de ditos e de escritos. Nelas e através delas um rigoroso controle dos discursos é implacavelmente exercido, razão pela qual o desafio da ordem social, fundamental para qualquer tipo de sociedade hierarquizante, está na relação direta com a ordem dos discursos. Uma sociedade, pois, é a sua ordem discursiva, seus ditos e escritos e principalmente seus interditos, suas escritas validadas, sagradas; e suas grafias proibidas, desqualificadas, profanas. Em A ordem do discurso (1970), o filósofo francês Michel Foucault propôs, como objeto de pesquisa precisamente isto: a história da ordenação dos discursos no interior da modernidade ocidental. Como uma edição escrita (um escrito de um dito) de sua aula inaugural no Collège de France,o livro A ordem do discurso de Foucault concentrou os principais temas com os quais o autor de Vigiar e Punir iria trabalhar doravante, motivo suficiente para a sua singular importância. Nele e através dele Michel Foucault procurou mapear o modo pelo qual a modernidade foi discursivamente organizada a fim de produzir seus próprios critérios de verdades e, portanto, de cientificidade.
Para tanto, Foucault argumentou que três dispositivos externos aos discursos foram fundamentais para as suas ordenações, no Ocidente. São eles: 1) A interdição da palavra; 2) a segregação da loucura; 3) a vontade de verdade. O primeiro dispositivo, a interdição da palavra, desdobra-se em dois campos interditados discursivamente: o sexo e a política, o que significa dizer que, na história da modernidade ocidental, o sexo e a política deveriam entrar literalmente numa ordem discursiva; deveriam ser ordenados como discursos ou simplesmente constituírem-se, se quisessem ser validados socialmente, como partes e contrapartes de uma ordem social que reconhecia de antemão o especial perigo da política e do sexo, de modo que, mais que evitá-los e expulsá-los da ordem discursiva vigente, o importante seria a classificação e a distribuição ordenada da política e do sexo, produzindo, por exemplo, um sexo sem política e uma política sem sexo, separando-os.
Para ler o texto completo de Luís Eustáquio Soares clique aqui

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